Em uma espécie de Wikipedia do conserto, internautas trocam informação sobre como reparar produtos eletrônicos evitando a cultura do descarte e do consumo excessivo
Quando o telefone celular quebra, geralmente as pessoas compram um novo. O preço do conserto, muitas vezes, não compensa. E tentar fazer isso sozinho é quase impossível, já que empresas como a Apple não disponibilizam seus manuais de reparação ao público. Dissemos “quase impossível” porque o site I Fix it já quebrou essa barreira. O portal é uma espécie de Wikipedia do conserto em que internautas do mundo todo trocam dicas e informações para a criação de manuais abertos e compartilháveis. Há também venda de peças soltas, dificilmente encontradas no mercado convencional. Assim, reduz-se a necessidade de recorrer à assistência técnica oficial. Os criadores do site defendem que todos os consumidores têm o direito de reparar seus próprios bens.
Na opinião de um deles, o americano Kyle Wiens, as empresas fabricantes deveriam encarar o mercado de consertos como um nicho a ser explorado, já que têm interesse em expandir vendas e lucros. Mas, segundo ele, ainda não se deram conta disso. Em entrevista por e-mail a PÁGINA22, Wiens compara esse potencial mercado às oficinas de veículos. “Todo bairro tem uma oficina mecânica. Não há razão para pensar que os consertos de celulares não seriam importantes para a economia, ainda mais no Brasil, um país de grande mercado consumidor”, diz.
Reparar seria, então, o quarto “R” a ser incluído à lista dos “R” da sustentabilidade (reduzir, reusar e reciclar), pois diminui o impacto ambiental decorrente da fabricação e do descarte de eletrônicos. Se a vida útil de um celular aumentar de 1 para 4 anos, seu impacto ambiental diminuiria em 40%, aponta o relatório Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema de Comunicação Móvel UMTS: Em direção a sistemas ecoeficientes, do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), do qual Wiens é membro. Para cada celular, são usados 75 quilos de matéria-prima. E para seu microchip, 30 litros de água.[:en]Em uma espécie de Wikipedia do conserto, internautas trocam informação sobre como reparar produtos eletrônicos evitando a cultura do descarte e do consumo excessivo
Quando o telefone celular quebra, geralmente as pessoas compram um novo. O preço do conserto, muitas vezes, não compensa. E tentar fazer isso sozinho é quase impossível, já que empresas como a Apple não disponibilizam seus manuais de reparação ao público. Dissemos “quase impossível” porque o site I Fix it já quebrou essa barreira. O portal é uma espécie de Wikipedia do conserto em que internautas do mundo todo trocam dicas e informações para a criação de manuais abertos e compartilháveis. Há também venda de peças soltas, dificilmente encontradas no mercado convencional. Assim, reduz-se a necessidade de recorrer à assistência técnica oficial. Os criadores do site defendem que todos os consumidores têm o direito de reparar seus próprios bens.
Na opinião de um deles, o americano Kyle Wiens, as empresas fabricantes deveriam encarar o mercado de consertos como um nicho a ser explorado, já que têm interesse em expandir vendas e lucros. Mas, segundo ele, ainda não se deram conta disso. Em entrevista por e-mail a PÁGINA22, Wiens compara esse potencial mercado às oficinas de veículos. “Todo bairro tem uma oficina mecânica. Não há razão para pensar que os consertos de celulares não seriam importantes para a economia, ainda mais no Brasil, um país de grande mercado consumidor”, diz.
Reparar seria, então, o quarto “R” a ser incluído à lista dos “R” da sustentabilidade (reduzir, reusar e reciclar), pois diminui o impacto ambiental decorrente da fabricação e do descarte de eletrônicos. Se a vida útil de um celular aumentar de 1 para 4 anos, seu impacto ambiental diminuiria em 40%, aponta o relatório Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema de Comunicação Móvel UMTS: Em direção a sistemas ecoeficientes, do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), do qual Wiens é membro. Para cada celular, são usados 75 quilos de matéria-prima. E para seu microchip, 30 litros de água.