Indicadores agroambientais da OCDE mostram que o campo pode produzir com menos impactos adversos
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou no fim de junho uma análise dos indicadores de desempenho agroambiental de seus países-membros entre 1990 e 2010. Nas duas décadas avaliadas, os países da OCDE mostram melhorias na gestão de nutrientes, pesticidas, energia e água, usando menos desses insumos por unidade de volume de produção. Mas duas ressalvas precisam ser feitas antes de comemorar: o ritmo de crescimento da produção agrícola foi lento ao longo dos anos 2000 e o volume de área cultivada diminuiu, tomando se os 34 países da OCDE em conjunto.
A produção cresceu mais rapidamente no grupo dos exportadores, como Austrália, Canadá, Chile, Israel, Nova Zelândia, Turquia e Estados Unidos – países onde a pressão ambiental sobre os recursos naturais acompanhou esse crescimento.
Mesmo assim, os indicadores apontam que o campo é capaz de enfrentar os desafios ambientais futuros. As vendas de agrotóxicos na última década, por exemplo, diminuíram 1,1% ao ano, mostrando tendência de descolamento desse indicador com o aumento da produção. No Chile, onde a produção cresceu mais na década de 2000 – 16,3% –, as vendas de agrotóxicos aumentaram 2% ao ano.
Os indicadores agroambientais da OCDE foram desenvolvidos em cooperação com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o escritório oficial de estatísticas da União Europeia, o Eurostat. O relatório, em inglês, pode ser lido aqui.
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