Embora a inteligência de dados já esteja amplamente disponível no Brasil, sua adoção plena no setor ambiental requer investimentos e estratégias. No contexto em diferentes atores da sociedade nem sempre caminham na mesma direção ou no mesmo ritmo, o engajamento dos tomadores de decisão torna-se ainda mais efetivo quando apoiado por ferramentas baseadas em dados, proporcionando segurança jurídica, traduzindo responsabilidades e garantindo benefícios concretos aos territórios.
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O Brasil foi eficiente ao incluir a pauta da bioeconomia durante sua presidência no G20. Sediar a COP 30 dará uma nova oportunidade para o País reforçar essa estratégia. Mas isso requer um esforço coordenado entre governos e sociedade, a fim de apresentar soluções estruturais para os desafios da região e do mundo.
A 31º plenária da rede Uma Concertação pela Amazônia reuniu quase 200 pessoas para debater temas relacionados à Amazônia que poderão entrar na agenda do evento global no final do ano, em Belém. Em pauta, ciência, artes, política e setor privado.
Parceria da Ambipar com a Be8, produtora gaúcha de biodiesel, vai testar a substituição total do diesel fóssil pelo biodiesel sem necessidade de adaptação dos motores, com a promessa de reduzir emissões. Se bem sucedida, a tecnologia poderá se escalada para nível nacional e até internacional, reforçando a tradição brasileira de oferecer soluções no campo dos biocombustíveis, segundo Rafael Tello.
Este artigo é o primeiro de uma série voltada a debater os desafios da agenda climática sob um novo contexto político e geopolítico. O mundo que recepcionou a COP 21, em Paris, já não existe mais. Dois pilares alicerçam hoje a agenda climática: a demanda por um novo sistema global de energia e os limites da natureza. Não há recursos naturais e serviços ambientais suficientes para fazer frente às necessidades de 10 bilhões de pessoas, se não ocorrerem mudanças drásticas e justas nos processos de desenvolvimento e de conservação.
Não serão triviais os desafios a serem enfrentados na COP 30. Dez anos após o Acordo de Paris, firmado durante a COP 21, a conferência do clima das Nações Unidas que o Brasil sediará em novembro em Belém do Pará ocorrerá sob o signo da derrocada do sistema multilateral, colaborativo e cooperativo, que havia propiciado em 2015 um consenso internacional histórico pela redução das emissões.
Hoje, segundo a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, o cenário é completamente outro, regido pela fragmentação da diplomacia climática, pelo avanço da extrema direita negacionista e pelo retorno ao poder de um líder – Donald Trump – que propõe uma nova arquitetura global calcada em energia fóssil, nacionalismo e ações anti-ESG, com o respaldo das big techs.
O mundo estará perdido? Não necessariamente. “Não é porque o Trump diz que o clima não importa mais, que o clima não vai importar mais. Ao contrário, o reconhecimento do risco climático está claro”, diz o presidente do Instituto Arapyaú, Roberto S. Waack.
O risco climático não só foi escancarado, como agora é considerado de curto prazo – mostra o mais recente relatório do Fórum Econômico Mundial, lançado em 20 de janeiro em Davos. Riscos de curto prazo, por óbvio, afetam o resultado econômico de curto prazo das organizações, por mais que uma parcela delas não queira admitir. A crise climática, portanto, entra na veia dos principais tomadores de decisão. Mais um risco vem da litigância climática, que tende a crescer com a mobilização social, fortalecida para combater retrocessos na agenda. Além isso, contrapesos geopolíticos vêm da China, que passa a liderar soluções energéticas para o clima, enquanto o Brasil pode – e deve – colocar-se como um provedor de soluções especialmente no que se refere a uso da terra e capital natural.
“A COP 30 vai, de certa maneira, incorporar todo esse processo. Eu nunca vi tanta conexão do mundo empresarial com a discussão climática e muito especialmente com a COP 30”, diz Waack, de Davos, de onde concedeu com Izabella Teixeira esta entrevista à Página22, inaugurando a série “Para Além da COP 30”.
A comunidade climática deve se unir e se organizar para proteger o Acordo de Paris, que entrou em risco com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos – conclamou a CEO da European Climate Foundation (ECF), Laurence Tubiana, ao abrir a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. Uma das arquitetas do Acordo, ela ressaltou o papel do Brasil em posicionar a COP 30 como um momento crucial na ação climática global. O País deverá mostrar a importância do multilateralismo e das soluções climáticas cooperativas, atuando como um líder, ao mesmo tempo em que precisará fazer a lição de casa para manter a credibilidade.
Conferência a ser realizada em Baku é marcada por esvaziamento político e ameaça de retrocesso em acordo que defende transição energética dos países. Com isso, decisões importantes poderão ser jogadas para a COP 30, que ocorrerá em Belém do Pará no ano que vem
De acordo com monitoramento do Inesc, incentivos destinados à produção de petróleo e gás apresentaram um aumento de R$ 5,55 bilhões no Brasil, país que sediará a COP 30 do Clima. O Ministério de Minas e Energia rebate dados e cita reoneração de combustíveis fósseis
A Conferência Amazônia e Novas Economias vai propor agenda para o desenvolvimento amazônico. O encontro internacional em Belém, um ano antes da COP 30, terá a participação de povos originários, quilombolas, ribeirinhos, acadêmicos, empresários, ambientalistas, governos, parlamentares e diplomatas entre os dias 6 e 8 de novembro. A Página22 contribuirá com a cobertura dos painéis e sistematização das propostas e principais mensagens. As inscrições são gratuitas