Em 2012, entra em operação na Itália a primeira unidade a produzir de etanol de celulose em escala comercial. Com capacidade projetada para 50 milhões de litros por ano, a nova usina é uma parceria entre a fabricante dinamarquesa de enzimas Novozymes e a produtora italiana de resinas PET para embalagens M&G. Ambas têm unidades no Brasil.
O etanol de celulose é parte da chamada parte da segunda geração de biocombustíveis. Ao contrário do etanol da 1ª geração – como o encontrado em qualquer posto de combustíveis, feito apenas a partir da fermentação dos açúcares –, os processos de produção de 2ª geração permitem a quebrar das cadeias da celulose contidas nas células vegetais em açúcares mais simples que podem, por sua vez, ser fermentados normalmente.
Isso permite melhor aproveitamento da biomassa utilizada na produção de biocombustíveis e, consequentemente, reduz a pressão sobre as terras agrícolas. Outra vantagem do etanol de segunda geração é que ele pode ser fabricado a partir de restos vegetais que normalmente seriam descartados como palha de milho ou lascas de madeira, o que praticamente elimina a controvérsia entre produção de energia e de alimentos.
No caso brasileiro, a incorporação de tecnologias de 2ª geração tornaria possível dobrar a produção de etanol atual sem aumentar a área ocupada pelos plantios de cana de açúcar. Seria um passo a mais para a superação da dependência em relação aos combustíveis fósseis.