Por Amália Safatle
“O Brasil adora ver o Brasil na Globo” – palavra da maior emissora do País e slogan para a minissérie Amazônia, que entrou no ar em janeiro. Escrita pela autora de novelas Glória Perez, natural de Rio Branco, a produção resgata a história do Acre e aponta para os desafi os socioambientais da região, sintetizados em torno da fi gura de Chico Mendes, assassinado em 1988.
De produção primorosa, a minissérie tem o mérito de levar questões da longínqua e mítica Amazônia, que invariavelmente repercutem no exterior, ao conhecimento dos próprios brasileiros – que pouco sabem da maior fl oresta tropical do mundo e talvez, por isso, pouco se empenhem em preservá-la.
Para João Meirelles, autor do Livro de Ouro da Amazônia (Editora Ediouro) e coordenador do Instituto Peabiru, uma organização não governamental, o programa consegue mostrar a brutalidade dos seringalistas da época, hoje manifestada na fi gura dos grandes pecuaristas, dos garimpeiros e dos madeireiros. “Mas a Amazônia é mais cruel que o jeito folclórico e à la parque temático que a minissérie apresenta”, afi rma.
Meirelles conclama os telespectadores a visitar “a verdadeira Amazônia, nem que seja no intervalo entre uma novela e outra”. E nem que o chamariz sejam as paisagens cinematográfi cas da região.
Segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagem de São Paulo, espera- se o aumento de 10% na demanda por roteiros na Amazônia por conta das cenas mostradas na telinha. Que as visitas à região com um dos maiores índices de desmatamento do mundo tenham o poder de sensibilizar o turista.