Por Maurício Araújo
Trata-se de um mecanismo em que alguns investem, mas todos ganham: a Bolsa de Valores de São Paulo criou no fim de maio a Bolsa de Valores Sociais e Ambientais (BVS&A), iniciativa para captar recursos financeiros para ONGs socioambientais brasileiras e cujas ações privilegiam cinco áreas temáticas: Educação para a Sustentabilidade, Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Florestas, Recursos Hídricos e Cidades Sustentáveis.
A BVS&A apresentará no total 35 projetos, que serão substituídos por outros à medida que estes alcançarem a meta de captação estipulada. Os investidores poderão acompanhar a utilização dos recursos e o desenvolvimento pela internet. Para participar, as entidades socioambientais devem inscrever seus projetos, que, após análise e seleção, passam a constar do portfólio de empreendimentos da BVS&A, disponível no endereço www.bovespasocial.org.br. Por meio do site, os investidores escolhem as iniciativas em quais desejam realizar as doações em dinheiro.
“É como se o investidor estivesse comprando uma ação, que trará lucros como a conservação de ecossistemas importantes, geração de emprego e renda”, diz Raymundo Magliano Filho, presidente da Bovespa. Isso tudo por meio do fomento da gestão ambiental sustentável, da adoção de tecnologias limpas e do combate às mudanças climáticas globais, entre outros instrumentos.
A BVS&A integra sua predecessora, a Bolsa de Valores Sociais (BVS), criada em 2003 pela Bovespa. A BVS, voltada para iniciativas ligadas à educação, arrecadou cerca de R$ 5 milhões, contribuindo até agora para a realização de 36 projetos. Os membros do Conselho de Administração da nova bolsa são Fabio Feldmann, José Goldemberg, Marcelo Takaoka e Stela Goldenstein.