Por Carolina Derivi
Com razão, as notícias sobre conflitos no Oriente Médio centram-se nas perdas de vidas humanas. Mas a guerra é também um relevante catalisador de desastres ambientais. Em 2006, por exemplo, durante as hostilidades entre Israel e Líbano, centenas de quilômetros de florestas israelenses foram incendiadas. No lado libanês, o bombardeio de um termelétrica despejou pelo menos 15 mil toneladas de óleo combustível no Mar Mediterrâneo.
Para chamar atenção a essa realidade foi fundada em 1994 a ONG Ecopeace, integrante da rede internacional Friends of the Earth. A organização acredita que cuidar do meio ambiente pode ser um caminho para promoção da paz, uma vez que os vizinhos hostis compartilham os mesmos recursos naturais. Por isso, a Ecopeace é formada por ativistas palestinos, israelenses e jordanianos, trabalhando juntos.
Uma das questões centrais na região são os escassos recursos hídricos. O Rio Jordão, uma das poucas fontes de água doce na Terra Santa, e fronteira natural entre Israel e Jordânia, sofre com o despejo de esgoto sem tratamento e com a superexploração da água. Uma das consequências mais visíveis desse quadro é esvaziamento do Mar Morto, que tem o Rio Jordão como seu principal afluente. Nos últimos 50 aos, o Mar Morto já perdeu um terço de sua superfície.
A Ecopeace trabalha pela promoção de pactos ambientais pacifistas, como o projeto “Good Water Neighbors”, que, desde 2001, vem promovendo sistemas cooperativos de gestão do uso da água.