Quantos motoristas você conhece que usam o carro para percorrer distâncias bem curtas? Ou que poderiam andar de metrô, em vez de tirar o automóvel da garagem? Permitir uma reavaliação da necessidade de usar o veículo é uma das propostas do serviço de carsharing, o carro compartilhado, oferecido desde julho, em São Paulo, pela empresa Zazcar (www.zazcar.com.br).
O carsharing consiste na utilização do automóvel por demanda. O cliente tem um carro à disposição sempre que precisar, e só paga pelo tempo usado. Ele faz a reserva do automóvel por meio de uma central ou pela internet, comparece a um dos postos da empresa para retirá-lo e pode sair dirigindo pela cidade.
De acordo com Felipe Barroso, diretor da Zazcar, “um carro compartilhado atende a várias pessoas por dia e pode tirar de 6 a 20 veículos das ruas”. Os números têm por base um estudo do Transportation Research Board of National Academies, uma das divisões do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos.
“Pesquisas realizadas com usuários do sistema de carsharing analisaram quantas pessoas vendiam seus carros após começarem a usar o serviço, quantas vendiam um dos carros da família e as que adiaram ou desistiram de comprar um novo automóvel”, explica Barroso.
O cliente que compartilha o automóvel escolhe um plano de pagamento mensal, que lhe dá direito a determinadas horas de uso. Não precisa se preocupar com apólices de seguro, manutenção ou compra de combustível. Está tudo incluído no preço. “Ao transformar custos fixos da propriedade de um carro em custos variáveis, o carsharing possibilita refletir sobre o uso do próprio carro. E com isso o motorista tende a escolher o meio de transporte ótimo para cada ocasião. Se eu posso caminhar para tomar um sorvete perto de casa, por que vou pagar para usar o carro?”, exemplifica.
Segundo a Transportation Research Board, essa lógica possibilitou, nos EUA, redução de 40% na quilometragem média percorrida pelos usuários dos serviços de carsharing. – por Eduardo Shor