Não é difícil constatar que a maioria das pessoas sabem mais sobre os problemas de sua cidade que de seu próprio bairro, de sua rua. A informação em caráter comunitário muitas vezes é praticamente ignorada, o que abre brechas para que coabitemos em espaços que pouco conhecemos, em meio a estranhos. Uma rádio comunitária pode se enquadrar entre as ideias mais eficientes para tratar desta questão.
Ilza Girardi e Rodrigo Jacobus investiram na idéia de organizar uma cartilha para desmistificar a criação de rádios comunitárias. Com o título “Para fazer rádio comunitária com ‘C’ maiúsculo”, a cartilha é fruto de seis anos de pesquisa realizadas por Girardi, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e por Jacobus, mestrando do mesmo programa. Ela pode ser baixada por qualquer internauta sem desrespeito aos direitos do autor, por estar sob licença Creative Commons.
Em 43 páginas eles elencam o bê-a-bá inicial de como funciona uma rádio comunitária, expõem um histórico sobre esse tipo de comunicação no Brasil, explicam passo a passo os entraves burocráticos que permeiam a idéia e dão dicas de gestão de uma rede fundada e fomentada por uma comunidade, voltada para ela mesma e em que os principais atores são os seus próprios componentes. É possível encontrar até técnicas de entrevista e de locução.
Se você tem um quê de radialista e pensava que a idéia de colocá-lo em prática era impossível, dê uma chance à cartilha e mate a sua curiosidade sobre o assunto. E divida a idéia com o vizinho, o amigo da rua de traz, o dono do mercadinho da esquina…