Promover a transparência dos impactos para a mudança do clima é só o primeiro objetivo das 27 empresas que lançaram ontem a plataforma Empresas Pelo Clima. O objetivo final, bem mais ambicioso, é indicar o caminho para uma economia de baixo carbono no Brasil e formular uma proposta única do setor empresarial para o novo (ou a nova) presidente, ao final de 2010.
No evento de lançamento ontem, em São Paulo, as empresas tornaram público o saldo global de suas emissões em 2008: 85,2 milhões de toneladas de carbono, o equivalente a 3,8% das emissões brasileiras. Ou 4,2%, se descontada a pegada de carbono referente ao desmatamento e ao agronegócio no Brasil.
Com adesão ao programa, as empresas se comprometeram a realizar seus inventários de emissões anualmente, conforme a metodologia GHG Protocol. Apesar disso, cinco das 27 decidiram não tornar públicos os seus inventários nesta primeira etapa.
Foram 10 as empresas que cumpriram todos os requisitos da metodologia GHG Protocol, incluindo emissões diretas e indiretas de toda a cadeia produtiva, ou seja, de seus fornecedores e prestadores de serviço. São elas: Alcoa, Ambev, Embraer, Ford, Natura, Suzano, Votorantim, Anglo American, Cesp e CNEC.
Apesar dessas diferenças, o EPC se propõe a ser uma plataforma permanente de capacitação para empresas em gestão de emissões. E já que não há sinais de que o governo estabeleça um marco regulatório para cortar as emissões do setor empresarial, a ideia é que os próprios empresários tomem a dianteira, criando as bases regulatórias para a adaptação econômica aos novos tempos.
Aqui você conhece as corporações que aderiram ao programa e os detalhes de cada inventário.