Uma área pouco maior que a do Distrito Federal – 7 mil km² – foi devastada na Amazônia entre 2008 e 2009. É muito? Claro que sim. Mas também é o menor índice desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE – órgão técnico responsável pelas estimativas oficiais) começou a fazer as contas anualmente, em 1988.
Esta tabela aqui apresenta os resultados do desmatamento ano a ano, segundo o sistema Prodes de monitoramento por satélite, que é a fonte mais confiável. Dá pra ver que a queda é muito expressiva em relação a todos os outros anos.
O governo já vinha alardeando a possibilidade comemorativa antes mesmo do anúncio oficial por parte do INPE, que aconteceu hoje. E por isso mesmo adiantou e muito a divulgação desses dados, que em condições normais costumam ser apresentados apenas no ano seguinte ao período analisado.
Ou seja, se a notícia fosse ruim, só ficaríamos sabendo em 2010. Não foi essa a única novidade. Segundo o Greenpeace, a mestre de cerimônia foi a ministra Dilma Rouseff, papel que normalmente cabe ao ministro do Meio Ambiente.
Mas ainda tem muito trabalho pela frente. Se o Brasil quiser mesmo atingir a meta de redução em 80% do desmatamento na Amazônia até 2020 (com base na média de 19 mil km²) será preciso reduzir muito mais. Nos próximos 11 anos, a média deveria ficar abaixo dos 3.800 km².
Pará e Mato Grosso continuam sendo os líderes do desmatamento, mas apresentaram quedas importantes, de 35% e 65% respectivamente. O resultado absoluto no Pará foi 3.680 km² de floresta derrubada e para o Mato Grosso, 1.047 km², segundo informa o jornal O Globo.
O chato é que a gente nunca sabe qual fatia de todo esse desmatamento é ilegal… Não seria bacana conhecer o tamanho do crime?