Um enorme jardim em plena marginal Tietê, com uma concepção estética pensada para lembrar da população que um dia ocupou aquele espaço, antes uma favela.
Lançado esta semana em São Paulo, a idéia do Bloom Project Aldeinha (bloom, em inglês, significa florescer) é realizar uma intervenção urbanística que criará um parque próximo à ponte Júlio de Mesquita Neto, em uma área total de 17 mil m2 onde habitavam mais de 500 famílias, que foram realocadas para os bairros do Itaim Paulista e Água Branca.
O visual do enorme jardim ao ar livre foi pensado por Jean Paul Ganem – artista tunisiano radicado na França que já realizou trabalhos de “landart”, ou arte na terra, na França e no Canadá e que tem papel atuante no Bloom Project.
Leia a matéria “Aldeinha global”, publicada na edição 34 da Página 22.
De lote em lote constrói-se um jardim
Como uma forma de arrecadar fundos para o projeto, que deve durar no mínimo três anos, lotes virtuais do novo parque serão vendidos no site Bloom Project Aldeinha, a partir de dezembro, pelo preço mínimo de 100 reais — serão 17 mil lotes no total. Cada pessoa ou empresa que adquirir um deles receberá um pôster numerado e assinado por Ganem, e os interessados já podem se cadastrar para receber mais informações.
O novo parque respeitará a antiga distribuição espacial da favela: plantas de diferentes tonalidades ficarão no lugar onde estavam as antigas casas, fazendo a transposição entre o ambiente em dois diferentes momentos. “É muito triste esquecer a história das pessoas. Acho que dessa maneira, a população vai entender que estamos falando deles”, disse Ganem.
Assista ao lado ao vídeo com depoimentos de Ganem, de autoridades locais e de um morador da Aldeinha.