*Matéria atualizada em 30 de novembro, com posição da Petrobras.
A partir de 1º de dezembro entra em vigor a carteira 2009/2010 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador que mede o grau de comprometimento com práticas de sustentabilidade e governança corporativa das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, e que contou com nova metodologia para chegar aos membros deste ano.
Antes, uma única empresa poderia representar até 25% de participação na ponderação total do índice. Agora elas foram dividas em setores específicos, e cada um deles não pode representar mais que 15% do índice total. “Com isso você desconcentra, o que leva a uma maior diversidade entre as integrantes do ISE”, disse Roberta Simonetti, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), entidade que elabora o questionário respondido pelas empresas. “No ano passado, por exemplo, só o setor de bancos e o elétrico já compunham a maior parte do índice.”
Na nova carteira, os setores que atingiram a participação máxima foram intermediários financeiros (ou bancos); energia elétrica, com nomes como Cemig e Eletrobrás; e siderurgia e metalúrgica, em que são íncluídas Gerdau e Usiminas. Entre os setores que são novidade na versão 2009/2010 estão construção civil, seguros e máquinas e equipamentos.
Veja na galeria ao lado um gráfico com a participação de cada setor.
Com validade até 30 de novembro do próximo ano, 34 companhias que somam 730 bilhões de reais em valor de mercado compõem o índice, e equivalem a 32,21% do valor de mercado total das empresas com ações negociadas na bolsa. Na carteira 2008/2009, 30 empresas somavam 372 bilhões de reais em valor de mercado.
As oito empresas que não constavam na lista anterior são Copel, Even, Itausa, Indústrias Romi, Redecard, Sul America, Usiminas e Vivo, enquanto Odontoprev e Celesc são as duas que deixam de fazer parte do ISE.
Leia o texto em que Mario Monzoni, diretor do GVces, conta um pouco sobre o nascimento do ISE.
A questão Petrobras
A Petrobras, que sozinha corresponde a quase 20% do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, deixou de integrar o ISE na sua versão 2008/2009. Na época, foi noticiado que a exclusão era em decorrência do não cumprimento por parte da empresa de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que determinava a produção de diesel com menor quantidade de partículas de enxofre. A empresa negou que estivesse descumprindo a regra.
(Trecho atualizado em 30 de novembro)
Procurada pela Página 22, a empresa informou que não participou do processo de seleção para o ISE 2009/2010, mas declarou que o compromisso com a sustentabilidade pauta todas as suas atividades e operações.