A Terceira Margem alia as muitas aventuras e reviravoltas da vida de Ignacy Sachs – economista e sociólogo que concebeu, há quase 40 anos, o conceito de ecodesenvolvimento, predecessor da expressão “desenvolvimento sustentável” – com o rigor e a criatividade de suas ideias.
Nesta autobiografia intelectual editada pela Companhia das Letras, o autor relata acontecimentos marcantes do século XX, como a diáspora judaica na Segunda Guerra Mundial, o socialismo real em construção no Leste Europeu (do qual participou), a ascensão do Terceiro Mundo, a afirmação do movimento ambiental. Suas andanças o trouxeram, nos anos 40, ao Brasil, país que desde essa época se tornou um dos eixos de seus estudos, e onde tem numerosos discípulos. E levaram-no na década seguinte a sua Polônia natal, depois para a Índia e a França, onde é professor desde 1968 e dirige o Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo.
Sachs entende o desenvolvimento como a permanente interação entre a sociedade e a natureza, baseada em novas maneiras de produzir e consumir. Com a autoridade internacional que lhe valeu a participação em todos os grandes encontros mundiais sobre as relações entre economia e meio ambiente, e o convívio com os maiores cientistas e economistas do século XX, em A Terceira Margem, Ignacy Sachs puxa o fio de sua vida.
Aos 82 anos, Sachs está ativo como sempre, atento e participando dos debates sobre economia, ecologia, desenvolvimento e meio ambiente. Inaugurou recentemente, no Instituto de Altos Estudos sobre América Latina, de Paris, um novo grupo de pesquisa interdisciplinar sobre o Brasil, o Grib. E explica o título de suas memórias: trata-se da posição que escolheu em sua busca de soluções viáveis para o mundo de hoje.