Connie Hedegaard, ministra dinamarquesa do Clima e da Energia e presidente da conferência da ONU para as mudanças climáticas, que acontece em Copenhague, renunciou ao cargo nesta quarta-feira.
Segundo relatos da imprensa internacional, ela vinha sendo acusada por representantes de países em desenvolvimento, principalmente africanos, de querer beneficiar as nações mais ricas durante as negociações, além de sofrer fortes críticas pela imprensa dinamarquesa. Ela será substituída pelo primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen.
Ela justificou a decisão dizendo que será mais apropriado que o primeiro-ministro dinamarquês receba o grande número de chefes de Estado que devem desembarcar na capital nos próximos em busca de um documento final para a Cúpula. Até o final da semana, ela deve continuar fazendo consultas informais como membro da Presidência. Segundo o jornal britâncio The Guardian, a mudança de presidência da COP já era prevista e foi conversada entre os premiês da Grã-Bretanha, Austrália e Dinamarca em reunião na noite do dia 15.
O clima tenso em Copenhague começa a se intensificar com a aproximação do final da semana e o aumento do número de manifestantes nas ruas da cidade, principalmente após desorganização para a entrada de inscritos no Bella Center. A pressão principal é para que se chegue ao consenso quanto a pontos cruciais das questões climáticas, entre os quais estão as metas de redução de emissões de países desenvolvidos e o financiamento a longo prazo de ações em países em desenvolvimento.
Chefes em ação
Chefes de Estado da Alemanha, França e Grã-Bretanha já se reuniram para apresentar na COP uma proposta para o impasse quanto ao financiamento de países pobres e assim satisfazer parte dos anseios de países subdesenvolvidos, principalmente os africanos. De acordo com a jornalista Miriam Leitão, o presidente norte-americano Barack Obama mandou a secretária de Estado Hillary Clinton para resolver impasses ainda existentes antes dele próprio chegar a Copenhague.
Lula lá
O presidente Lula já está em Copenhague, e passou a manhã reunido com membros da delegação brasileira para acertar posturas apresentadas pelo País nas reuniões com presença de chefes de Estado que começam a partir de hoje na Conferência, como noticia a Agência Brasil.
De acaordo com o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, é necessário que haja avanço nas negociações já realizadas até agora e é importante que países desenvolvidos flexibilizem a postura que adotaram até o momento para se chegar a um entendimento.