Quando o príncipe Charles propagou a idéia de que devemos conversar com as plantas e que elas respondem a esse tipo de atenção, foi bombardeado por comentários jocosos. No entanto, cada vez mais gente tem dado razão ao herdeiro do trono britânico.
Um artigo publicado há poucos dias no diário The New York Times pergunta: será que a dieta vegetariana é mesmo mais ética? E responde, já no título “Os couves-de-Bruxelas também querem viver”. Ele cita, dentre outros, Monika Hilker, do Instituto de Biologia da Universidade Livre de Berlim. “As plantas não são estáticas ou bobas. Elas respondem a estímulos táteis, reconhecem diferentes comprimentos de ondas de luz, percebem variações químicas, podem até falar” (pela emissão de mensagens sob a forma de emissões de substâncias químicas), afirma a cientista.
Pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, compilaram uma lista do que seriam evidências da existência de alguma forma de consciência no Reino Vegetal. A lista tem de tudo um pouco: um estudo em que se usou um polígrafo (detector de mentiras) para mostrar que as plantas entram em pânico quando sentem que o pesquisador tem a intenção de queimar uma de suas folhas; outro que mostra que algumas espécies se movem voluntariamente, tentando escapar de uma ameaça; a observação de trepadeiras que parecem escolher conscientemente superfícies com os melhores pontos de apoio.
Até Michael Pollan, o escritor que lota auditórios nos EUA em debates sobre o impacto da dieta sobre a sustentabilidade, já visitou o assunto. Em “The Botany of Desire”, publicado em 2001, Pollan especula sobre qual seria o ponto-de-vista dos vegetais sobre o planeta. O livro foi, aliás, recentemente convertido numa série da rede de TV educativa PBS.
E aí: já conversou com a sua amiga planta hoje?