E se todos os computadores pifarem? E se não houver combustíveis para os veículos ou eletricidade para as indústrias? E se as jazidas minerais se esgotarem e a civilização, como a conhecemos, desaparecer?
Um número crescente de norte-americanos tem perdido o sono com esse tipo de questionamento. A solução, respondem, é reaprender as técnicas de que dispunham os nossos antepassados, que demandavam poucos recursos naturais e nenhuma eletricidade. Eles têm algo de ludistas – lembram os ingleses que, no começo do século XIX, rebelavam-se contra a Revolução Industrial e quebravam máquinas. Também se aproximam do movimento de volta à terra; de busca da simplicidade, da sustentabilidade e do minimalismo; dos freegans e outros grupos que questionam o ritmo e os excessos do mundo moderno.
Sua Bíblia é a Low-Tech Magazine (lema: “A alta tecnologia virou um ídolo na nossa sociedade”), que recapitula as técnicas que já foram sucesso e que, segundo seus autores, mereceriam ser estimuladas: moinhos, pombos-correio, viagens de navio, jogos de tabuleiro, arados puxados a cavalo.
Outra fonte interessante é a Practical Action, uma não-governamental que financia a disseminação de tecnologias simples e baratas em países de desenvolvimento. Ela oferece toda sorte de folhetos e vídeos, com instruções do tipo faça-você-mesmo: como formar pequenas barragens, montar uma estrutura de irrigação, coletar água da chuva, construir uma casa de pedra ou tijolos, montar estoques de cereais, fabricar açúcar.
Se você se identifica com essa nova corrente que, até onde eu sei, ainda não foi batizada, também pode consultar a Howtopedia, que também se envereda por esses caminhos.
Leia mais sobre baixa tecnologia na reportagem “Muitas e boas” à edição 35 de Página 22