O aquecimento global afeta homens e mulheres igualmente? Elas acham que não. Conheça as suas histórias:
Ursula Rakova participa do esforço de relocação da população da sua terra natal, as Ilhas Carteret para Bougainville, em Papua Nova Guiné. As Ilhas Carteret estão entre as primeiras vítimas do aquecimento global, exacerbado pelas atividades vulcões da região. “Onde cultivávamos nossos jardins, agora remamos nossas canoas”. O pequeno atol deverá estar totalmente submerso já em 2015. A família dela é dona de uma das ilhas por várias gerações e lá pesca marlins e coleta moluscos junto aos recifes de coral. É uma herança que ela não poderá deixar para a filha, de oito anos.
Sharon Hanshaw teve a sua casa e o seu ganha-pão num salão de beleza de East Biloxi, no estado norte-americano do Mississippi destruídos pelo furacão Katrina, em 2005. Nos meses que se seguiram, ela juntou-se a um grupo de mulheres que se reunia numa funerária local para tentar ajudar a comunidade. Elas conseguiram levantar o dinheiro necessário para montar a Coastal Women for Change, uma não-governamental que toca projetos de recuperação econômica, como creches para filhos de mães que trabalham e treinamento em informática. O movimento coordeando por Hanshaw também luta para que os cidadãos possam influenciar as decisões do governo local.
Constance Okollet viu todas as casa e estoques de alimentos de sua aldeia em Uganda destruídos por chuvas torrenciais e inesperadas em 2007. Na sequência, a área foi assolada por uma longa seca que acabou com poços e plantações. Mãe de sete filhos, ela criou a Osukura United Women, rede que reúne 40 organizações de mulheres da região. 40 regional groups in Uganda’s Osukura Subcounty.
Ulamila Kurai Wragg é uma jornalista que há 20 anos vê o Pacífico avançar sobre Fiji e as Ilhas Cook, onde mora. Ela coordena a WAVE (Women Advancing a Vision of Empowerment), rede de mulheres da região que utiliza os meios de comunicações para se fazerem ouvir.
Ursula, Sharon, Constance e Ulamila são as Climate Wise Women (algo como Sábias do Clima) – militantes comunitárias intimamente afetadas pelo aquecimento global que estão viajando o mundo para levar a sua experiência a universidades e grupos que debatem o papel das mulheres nessa briga.
O primeiro evento do grupo foi organizado pela Campanha tcktcktck, durante a Conferência do Clima de Nova York, em setembro do ano passado. Depois, durante a cúpula de Copenhague, elas debateram com Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda, e Bo Lim, uma das cientistas que dividiu o prêmio Nobel da Paz com Al Gore. Aqui, uma palhinha do que foi o debate:
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Agora elas estão levando suas histórias pelo mundo – em abril, devem participar da cerimônia de entrega dos Goldman Environmental Awards. Segundo Tracy Mann, que está coordenando e divulgando o grupo, o Brasil está na mira das Climate Wise Women, que procuram contatos no país para viabilizar o evento. Quem se interessar, pode entrar em contato diretamente com ela, no email tmann@mglimited.com.