Sair do marketing puro e fazer a aliança da sustentabilidade com o negócio. É o desafio que persegue Aline de Oliveira e a Natura, empresa onde ela ocupa a gerência de sustentabilidade há três anos. “Meu papel é alertar os tomadores de decisões sobre os impactos sociais e ambientais decorrentes delas”, explica a executiva, leitora de Página22.
Vinda de uma experiência em outra empresa de cosméticos seguida de uma temporada de estudos na Espanha, com interesses voltados para o marketing de causa, Aline aliou seu desejo ao da Natura. “Houve uma sincronicidade. Eles procuravam uma pessoa para fazer esse link de forma sistematizada, eu também; foi um questionamento pessoal e profissional que me levou até a Natura.”
Referência em modelo sustentável de negócios no País e fora, a empresa acaba de completar 40 anos e está se planejando para a próxima década. A área da sustentabilidade ocupa lugar crucial nesses planos futuros. Aline destaca o projeto de colocar em cada embalagem de produto a emissão de carbono de toda a cadeia, um cálculo complexo que envolve desde o cultivo até o descarte final da embalagem. “É uma maneira de aprofundar a educação ambiental, fazer com que o consumidor questione nossos próprios produtos, o que ele compra, o que a concorrência oferece”, afirma.
Engajar outro público na transformação ambiental – o de mais de 900 mil consultoras Natura somente no Brasil – é mais uma das tarefas da década. Um blog das consultoras instiga à participação, perguntando qual a empresa você imagina para o futuro, em que você pode colaborar na década vindoura e de que maneira; sugestões e críticas também são aceitas.
Projetos mais abrangentes de desenvolvimento na Região Amazônica – onde a empresa já trabalha com comunidades tradicionais responsáveis pela extração dos ativos dos cosméticos –, maior rigor na medição e controle do impacto de carbono e um canal mais direto para acatar propostas dos consumidores são novas missões para Aline e sua equipe. “Essa é a minha paixão e os desafios são imensos.”