Para quem assistiu Avatar e enxergou alguma semelhança com a história real da hidrelétrica de Belo Monte vai ficar feliz em saber que o diretor, James Cameron, também pensa assim. No segundo e último dia do Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus, o cineasta criticou a barragem.
“Isso vai destruir o modo de vida dos territórios indígenas e das pessoas que vivem ao longo do rio Xingu. O que acontece é uma colisão de civilizações. É exatamente a história de Avatar, mas eles não têm criaturas voadoras gigantes para lhes ajudar a lutar”, disse Cameron, e na sequência fez um apelo ao governo brasileiro para que reconsidere o projeto.
O diretor ainda citou um estudo do WWF segundo o qual a mesma potência de Belo Monte (11 mil MW) poderia vir de outras medidas de eficiência energética. O relatório Agenda Elétrica Sustentável indica que o Brasil poderia reduzir em até 40% a demanda energética prevista para 2020 adotando medidas como re-potenciação das usinas existentes e redução do desperdício no sistema de distribuição elétrica. A economia equivale a 14 hidrelétricas de Belo Monte. O relatório foi produzido em 2007 em parceria com a Unicamp.