Essa deixaria os garotos de Liverpool de cabelo em pé. Pavlovsk, estação experimental nos arredores de São Petersburgo, na Rússia, reúne o maior banco genético de “frutinhas” (berries) do mundo. São cerca de 4 mil espécies, quase mil só de morangos. Acredita-se que mais de 90% do acervo não tem paralelo em nenhum outro lugar do globo.
Mas Pavlovsk está em vias de ser aterrada, para horror da comunidade científica europeia. A terra é pública e o governo russo decidiu doá-la para a Fundação pelo Desenvolvimento da Moradia. Os campos de berries devem ser transformados em área residencial. Tudo depende do que o juiz vai decidir numa audiência na próxima segunda-feira. Os pesquisadores alertam que as sementes não resistiriam a um congelamento ou a uma transferência.
A organização Global Crop Diversity Trust iniciou uma campanha para salvar Pavlovsk e pede que os internautas enviem mensagens para o Kremlin. O formulário pode ser acessado aqui. A diretora da entidade, Cary Fowler, qualificou a ameaça como “a maior perda de biodiversidade agrícola intencional e evitável que já houve no decorrer da minha vida”.
Página 22 vem publicando informações surpreendentes sobre a derrocada da biodiversidade da comida. Em Não agüento mais rúcula, a colunista Daniela Gomes Pinto explica por que o nosso cardápio caminha para o tédio. Em entrevista ao site, Alexander Van Parys explica os esforços para salvamento de sementes raras.