O mecanismo do REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação) pode contar com mais um aliado. O ecologista Greg Asner e uma equipe de cientistas do Carnegie Institution, da WWF e do Ministério do Meio Ambiente peruano desenvolveram um método para medir com precisão e a baixo custo a quantidade de carbono absorvida e emitida por uma porção de floresta amazônica delimitada por eles no Peru.
Combinando tecnologias a laser, imagens de satélite e lavantamentos de solo, a equipe criou um mapa em 3D da floresta, capaz de fornecer o tamanho e a forma de cada árvore. Com isso, foi possível calcular a biomassa do trecho de vegetação selecionado, com 11 milhões de acres (cerca de 4,4 milhões de hectares) e, a partir daí, o volume de carbono armazenado. O custo de toda a medição não passou de US$ 0,03 por acre.
De acordo com o estudo, o método ainda consegue fazer uma distinção entre as emissões por desmatamento – que pode ser causado por atividades como pecuária, agricultura e mineração – e degradação, desencadeada por processos de extração seletiva de madeira ou incêndios de baixa intensidade. Os resultados apontaram que a degradação contribuiu com um terço do total de emissões da região. Outra descoberta foi a de que a mata nativa, devido à sua rica biodiversidade, é capaz de armazenar três vezes mais carbono do que florestas secundárias ou em crescimento.
O cálculo da quantidade de carbono armazenada pelas florestas é um dos principais pontos de polêmica na discussão sobre o REDD. Trata-se de uma conta até agora bastante complicada de se fazer precisamente. A forma mais conhecida, mas nem por isso viável, é embrenhar floresta adentro e medir tronco por tronco, algo impensável. “A tecnologia e os resultados podem ajudar os países com porções de florestas tropicais a participarem de uma economia de carbono, alavancando financeiramente seus ativos biológicos sem a necessidade de recorrerem à exploração madeireira”, afirmam os especialistas.
Acesse aqui o estudo na íntegra.
Com informações do Treehugger.