Para tanto discurso, algumas soluções. A plataforma Empresas pelo Clima (EPC) apresentou ontem um estudo sobre possíveis alternativas para que o Brasil caminhe em direção a uma economia mais limpa nos setores de energia, transportes e agropecuária. As propostas serão encaminhadas ao governo atual e à presidente eleita Dilma Rousseff.
O documento propõe, na área da energia, que o governo seja o principal fomentador da eficiência, não só a partir da compra de produtos mais econômicos, mas também na análise do ciclo de vida das mercadorias e serviços adquiridos. Além disso, ressalta a necessidade de políticas públicas para aumentar a eficiência na indústria, no comércio e nas casas por meio de subsídios e linhas de crédito.
No setor dos transportes, o estudo defende a integração entre as modalidades rodoviária, hidroviária e ferroviária, principalmente a partir dos investimentos nessa última. Entre outros pontos, o documento enfatiza o estímulo ao trem de passageiros e a construção de eclusas e canais navegáveis nas barragens como meio de favorecer o transporte aquaviário. Segundo o estudo, seriam necessários cerca de R$ 22 bilhões para satisfazer as necessidades de infraestrutura de todo o setor.
“Com o investimento em políticas públicas de transportes menos emissores, há ganhos evidentes para as empresas brasileiras, com a diminuição do custo total do frete, aumentando a competitividade da indústria nacional”, afirmou Luiz Pires, coordenador do programa EPC.
Já para o agronegócio, o maior desafio apontado é dar escala aos melhores métodos e tecnologias para o uso eficiente do solo e o aumento da produtividade na pecuária. Segundo o documento, já existem muitos exemplos de sucesso, mas que precisam ser ampliados a partir de capacitação técnica e extensão rural.
Leia mais sobre as políticas para o aumento da produtividade na pecuária na reportagem “Sr. (a) presidente”, da edição 45 de Página22.
Outra proposta sugerida é a criação de um banco de dados que reúna pesquisas e práticas do setor a fim de tornar mensurável a agricultura de baixo carbono e possibilitar que os melhores exemplos sejam replicados por outros produtores. Outro objetivo dessa rede de informações seria facilitar a adoção de políticas de incentivo e a participação dos agricultores em projetos de carbono. O setor do agronegócio é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil.
A plataforma EPC é uma iniciativa do GVces e reúne 26 das principais empresas do País.