A Avaaz.com está promovendo uma petição online contra o “estupro corretivo” na África do Sul, crime voltado contra lésbicas e ancorado na crença de que se pode “convertê-las” à heterossexualidade.
O ato é comum no país e não é considerado crime de discriminação. Segundo a Avaaz.com, uma menina nascida na África do Sul tem mais chances de ser estuprada do que de aprender a ler. Cerca de um quarto das meninas serão estupradas antes de completar 16 anos.
O machismo é apontado como uma das principais razões do problema. Pesquisas sinalizaram que 62% dos meninos com mais de 11 anos acreditam que forçar alguém a fazer sexo não é um ato de violência. E as homossexuais estão entre as maiores vítimas.
Em 2008, a então jogadora da seleção feminina de futebol sul-africana, Eudy Simelane, foi brutalmente assassinada por um grupo de homens de Johanesburgo. Apesar de causar comoção internacional, o episódio não modificou a legislação relacionada à discriminação homofóbica no país.
A petição será encaminhada ao presidente da república, Jacob Zuma, e ao ministro da Justiça sul-africano, Jeffrey Radebe. Além da criminalização do estupro corretivo, o documento pede pela implementação de medidas de educação pública e proteção às vítimas.