Fumar maconha continua proibido nos Estados Unidos, a menos que você tenha um atestado médico que prescreva a Cannabis como analgésico ou coadjuvante do tratamento de uma doença crônica.
Nem parece.
O nicho de negócios associados à droga cresce a olhos vistos. Veja o caso do estado da California, que liberou a maconha para cerca de 400 mil pessoas. Ali, a produção da erva já movimenta US$ 14 bilhões – sete vez mais que o plantio de uva, importantíssimo para a economia local. E falamos aqui apenas da ponta do iceberg que opera dentro da legalidade. É crescente o número de indústrias e lojas especializadas em cachimbos e outros artefatos para o consumo; roupas, cereais e suplementos nutricionais produzidos com a semente ou a fibra da maconha, o cânhamo; e estufas, estruturas de hidroponia e outros insumos agrícolas específicos para o plantio doméstico da marijuana.
O empreendimento mais vistoso dessa explosão comercial é o weGrow, um negócio que seus diretores apresentam como “o Wal-Mart da maconha”, em artigo recente da revista Mother Earth. O megamercado ocupa 1.400 metros quadrados em Oakland, na California. Um médico de plantão avalia se você se enquadra no perfil de consumidor autorizado e lhe entrega a documentação necessária. Se você decidir iniciar uma produção doméstica, poderá adquirir sistemas hidropônicos sofisticados, nutrientes, equipamentos de bombeamento e ventilação. Também pode ser treinado para alcançar máxima produtividade, frequentando aulas da Universidade da Cannabis. Técnicos da empresa podem, inclusive, visitar a sua unidade produtiva para ajudar a melhorar o seu desempenho.
E não pense que os donos da weGrow, Dhar Mann e Derek Peterson, se sentem deslocados. Negócios aparentados não faltam na cidade, que tem um bairro inteiro voltado para a cultura da Cannabis, batizado de Oaksterdam, numa referência à liberal capital da Holanda. Quando a weGrow abriu suas portas, no ano passado, três vereadores participaram da cerimônia.
Esse modelo começa a se expandir para as regiões mais liberais dos Estados Unidos. A weGrow já fechou contrato com 75 franqueados. Agora estuda abrir seu capital, o que talvez aconteça antes do final deste ano. Se não bastasse, seus diretores têm sido seguidos por uma equipe de televisão que está produzindo o reality show Hempire, que documenta a sua trajetória.
Veja nesta reportagem como funciona a weGrow (que, na época, era conhecida como IGrow). Infelizmente a legenda em outras línguas, embora instalada, não parece estar funcionando: