Arte e vida se imitam. O artista japonês Isao Hashimoto criou um mapa multimídia que identifica as 2053 explosões nucleares realizadas no mundo no período de 1945 a 1998. A animação começa com o primeiro teste do gênero, em Los Alamos, no estado americano do Novo México, e compreende até o período dos testes nucleares do Paquistão, no final da década de 90.
Segundo Hashimoto, a ideia é mostrar o “medo e a loucura” representados pelas armas nucleares. Na obra, cada arma detonada é indicada por um ponto que pisca sobre o país correspondente, com a indicação do ano em que ocorreu. À medida que passam os anos, pode-se observar uma progressão no número de explosões, até a década de 60 e 70, auge dos exercícios nucleares (assista ao lado).
O projeto foi iniciado em 2003 e não considera os eventuais testes realizados pela Coreia do Norte durante a última década, ainda sem confirmação oficial. Hashimoto aponta a preocupação de representar as explosões nucleares de uma forma simples e universal, utilizando, para isso, a linguagem de sons e cores. “Criei esse trabalho como um meio de fazer com que as pessoas que ainda não conhecem, saibam da extrema gravidade de um problema atual do mundo”, afirmou.
A história japonesa guarda uma relação íntima com as armas nucleares principalmente por conta dos ataques de Hiroshima e Nagazaki, ao final da 2ª Guerra Mundial. A lembrança das mais de 250 mil mortes ressurge agora com o temor de uma explosão na usina nuclear de Fukushima, vítima do terremoto que atingiu o Japão no último dia 11 de março.