A Escócia quer ser vanguarda em reciclagem. É o que indica um novo projeto do governo escocês, divulgado em março, que pretende substituir o tradicional sistema baseado no peso dos materiais por um esquema que aplica o “fator carbono”, levando-se em conta os benefícios climáticos de reciclar determinados materiais. Assim, a ideia é priorizar a reciclagem de materiais cuja fabricação contribui mais para as emissões de gases de efeito estufa, como plásticos e tecido, e daqueles que seu próprio processo de reciclagem é menos intensivo no uso de energia.
O novo esquema, disse a Zero Waste Scotland – entidade financiada pelo governo para atingir a meta de reciclar 75% do lixo até 2025 –, dará prioridade à reciclagem de ciclo fechado (closed loop), em que os materiais são reutilizados na fabricação do mesmo produto. Em vez de usar vidro para produtos agregados ou de isolamento térmico, a ideia é reciclar vidro para fazer mais vidro. Outra prioridade será a compostagem de alimentos e bebidas.
Iain Gulland, diretor do projeto, afirma que o novo sistema representa um passo importante nos processos de reciclagem e espera que a iniciativa seja ampliada para todo o Reino Unido e, posteriormente, outros países da Europa. “Essa é a estratégia que a Escócia escolheu para liderar. A preocupação central são as mudanças climáticas. Não se trata apenas das toneladas de material ou do custo de seu transporte de A para B”, disse ao jornal inglês The Guardian.
Segundo a Zero Waste Scotland, essa é a primeira tentativa no mundo de usar uma “métrica do carbono” na reciclagem. Por enquanto, a Escócia está bem abaixo da meta estabelecida para 2025 – o país reciclou 36,7% de seu lixo nos doze meses encerrados em abril de 2010 – mas planeja atingir os 75% em 2025 e, a médio prazo, a marca do desperdício zero. O governo escocês assumiu uma das metas mais ambiciosas do mundo para a redução de emissões e carbono: 42% sobre os níveis de 1990 até 2020. Leia mais sobre reciclagem aqui.