Sinfonia atômica
O pesadelo nuclear transcende Fukushimas e Hiroshimas, mas é do Japão o artista que, com um mapa-múndi mais um tanto de sinais sonoros e luminosos, consegue transmitir a atmosfera perturbadora que a questão atômica encerra – ou vaza. Isao Hashimoto colocou sobre uma espécie de linha do tempo digital o período compreendido entre 1945 e 1998, e nele contidas as 2.053 explosões nucleares que começaram com os testes em Los Alamos e terminaram com os do Paquistão. Tomara mesmo que tivessem terminado. A cada explosão, um bip. Em momentos da História chegam a fazer uma sinfonia.
São mais de 14 minutos que parecem durar uma eternidade, sensação provocada justamente pelo medo de que, a qualquer momento, a tal eternidade vá pelos ares. É tempo de sobra para refletir sobre a estupidez da genialidade humana. Exercite a reflexão ao lado.