Pasta da economia verde – 1
No início do ano, o governo do Estado do Rio de Janeiro criou a primeira subsecretaria de Economia Verde do país, vinculada à Secretaria do Ambiente. A boa notícia, porém, é só o início de longa caminhada para descarbonizar a economia do estado, que em 2005 liberou na atmosfera 56,9 milhões de toneladas de gás carbônico, dos quais um terço vem da indústria e outros 18%, do transporte rodoviário. A subsecretaria será comandada por Suzana Kahn Ribeiro, professora da Coppe/UFRJ e ex-secretária nacional de Mudanças Climáticas. Segundo ela, o foco de atuação será em políticas de incentivo para aumentar o peso das atividades de baixo carbono no PIB do estado. Entre os projetos gestados estão o aumento da cobertura florestal, promoção da energia gerada do lixo, eficiência energética e fomento à energia solar. (Gisele Neuls)
Pasta da economia verde – 2
Deve sair ainda em abril o decreto com a meta de corte nas emissões globais do estado e algumas metas setoriais, como a do transporte rodoviário. Segundo Suzana Kahn Ribeiro, após o decreto, uma das primeiras medidas será o lançamento de um mercado de carbono estadual, inspirado no modelo europeu, com a comercialização entre empresas de licenças para emitir gases de efeito estufa. O governo também estuda cenários de competitividade da indústria fluminense de acordo com as metas, a fim de evitar fuga de empresas para outros estados menos exigentes no controle das emissões. “Temos de evitar uma guerra fiscal verde e, para isso, é preciso uma harmonização dos instrumentos com as políticas dos outros estados”, afirma a secretária. (Gisele Neuls)
Passe livre na Alemanha
A Mesa-Redonda dos Biocombustíveis Sustentáveis (RSB, na sigla em inglês) lançou em 22 de março um sistema de certificação socioambiental dos biocombustíveis. Em negociação desde 2007 entre produtores, indústrias, governos e ONGs, a certificação recebeu reconhecimento provisório do governo da Alemanha no mês passado. Também em março a Boeing iniciou parceria com a RSB denominada Consórcio Biomassa Sustentável, que pesquisará o uso de combustíveis em aviões .Quem informa é a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, que participa das negociações da RSB no Brasil, ao lado da Petrobras e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Detalhes sobre a certificação podem ser conferidos na página da RSB. (José Alberto Gonçalves Pereira)
Lupa na cadeia da madeira
A evasão fiscal decorrente do comércio ilegal de madeira no Brasil supera o orçamento do governo federal para a gestão e manejo das Unidades de Conservação, informa o livro Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo, lançado em 29 de março no Auditório Itaú da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. Repleta de ilustrações e infográficos, a publicação aborda os diferentes elos da cadeia de produção e consumo da madeira da Floresta Amazônica. Destaca, ainda, o papel do poder público como regulador e comprador responsável de madeira nativa da Amazônia.
“Compreender as diferentes modalidades de fraudes praticadas é nossa contribuição para os que atuam contra a ilegalidade desde a floresta até o consumo final, seja no setor público, no privado, seja na sociedade civil”, assinala Malu Villela, coordenadora da Rede Amigos da Amazônia e uma das autoras do livro – iniciativa conjunta dos centros de estudo em Sustentabilidade e em Administração Pública e Governo da FGV-Eaesp. (Mais sobre florestas em Artigo desta edição) (José Alberto Gonçalves Pereira)
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