A montanha de resíduos sólidos descartada pelos norte-americanos está diminuindo consistentemente desde o início do milênio. Segundo a EPA, a agência ambiental dos EUA, o volume diário de lixo per capita caiu de 2,15 quilos em 2000 para 1,97 quilos hoje – média similar às registradas nos anos 80. O volume total de resíduos domésticos gerados no país caiu de 255 milhões de toneladas em 2007 – o valor mais alto já registrado – para 243 milhões de toneladas em 2009.
A redução pode ser atribuída, primeiro, à crise financeira que está achatando o poder de compra dos cidadãos desde 2008, mas também à expansão dos programas de reciclagem e coleta seletiva. Atualmente, 54% dos resíduos domésticos são enviados a aterros (eram 70% em 1990). Cerca de 25% são reciclados, 12% incinerados para recuperação de energia e quase 9% vão para compostagem. Papel e papelão são os recordistas de reciclagem, na faixa de 62%. Além disso, cerca de 60% das aparas de grama e outros resíduos de jardinagem (um hobby importante no país) são enviadas para compostagem. Entretanto, apenas 7% do plástico é reciclado.
A redução do volume de lixo enviado para aterros norte-americanos é um fenômeno raro, mas não isolado. A Holanda produz hoje 60 milhões de toneladas de resíduos domésticos por ano, menos que os 63 milhões de toneladas de 2000. O destino dado a esse lixo também mudou, segundo a Agência Européia de Energia: se, em 1985, quase 50% eram destinados a aterros, hoje essa porcentagem caiu para incríveis 3% – 12% são incinerados e 85% são reciclados.
Mas o que se verifica nos EUA e na Holanda não é uma tendência universal. Basta ver o exemplo da França. O volume de resíduos domésticos per capita do país dobrou nos últimos quarenta anos e continua a crescer entre 1% e 2% ao ano, ainda segundo a Agência Européia de Energia.