A largada foi dada. Em resposta à crise de oferta de energia no Chile, os órgãos responsáveis pelo setor no país assumiram o desafio de elevar a participação das fontes renováveis de 3% para o patamar de 20%.
Hoje, o Chile enfrenta dois problemas: a necessidade de importar quase todos os insumos energéticos e ainda depender de fontes poluentes. Ao mesmo tempo, crescem as críticas à construção da hidrelétrica HidroAysén. Aprovada pelo presidente Sebastián Piñera, a usina deve gerar 2.750 megawatts, mas, por ser projetada na Patagônia, foi rechaçada por parte importante da população chilena e atacada até mesmo em um editorial do New York Times.
Com isso, especialistas dizem que é mais realista trabalhar com a meta de 10% para as renováveis. O Ministerio de Energía formou uma comissão para avaliar todas as possibilidades para o desenvolvimento elétrico do país, que tem uma matriz instalada de 15. 460 MW. Mais da metade dela utiliza carvão, petróleo e gás natural.
Enquanto isso, cinco dos Consórcios Tecnológicos Empresariais de Investigação em Biocombustíveis – formados por empresas e universidades – receberam financiamento público para avançar no desenvolvimento e implementação de tecnologias. Os projetos já começaram a andar.
Solução aquática
Três projetos, orientados para o desenvolvimento de tecnologia para o cultivo de microalgas para produção de biocombustíveis, deram a largada em janeiro e têm até 2016 para apresentar resultados. O primeiro já conta com um laboratório para o cultivo das cepas que serão posteriormente levadas a uma planta piloto.
O segundo prevê a construção de uma biorrefinaria dentro de uma central termoelétrica existente. As microalgas serão cultivadas em piscinas internas que se alimentarão do CO2 produzido no processo de geração de energia. Por último, estuda-se a utilização de microalgas de uma espécie nativa que serão cultivadas em Chiloé, ao Sul do Chile.
Segunda geração
Grandes grupos do setor florestal, como CMPC, Masisa, Arauco e Constitución, em conjunto com universidades chilenas, trabalham desde 2009 no desenvolvimento de tecnologias que permitam a introdução de biocombustíveis de segunda geração à matriz energética do Chile. Até 2014, espera-se saber se madeira, resíduos florestais, resíduos agrícolas e plantações de rotação curta podem ser uma alternativa para produção de etanol para uso comercial. Estima-se que uma planta piloto esteja operando no segundo semestre de 2012