A palavra inovação parece ter criado um vínculo umbilical com sustentabilidade. Tudo que a gente lê por aqui acaba revelando um afã geral por novas tecnologias, novos processos, formas de organização nunca d’antes imaginadas… Isso tudo é muito legal, mas também começou a incomodar a nossa miúda redação.
A pulga atrás da orelha é o seguinte: será que não existem práticas e até tecnologias antigas que mereçam ser preservadas? Que perpetuam valores fundamentais? Será que essa febre de inovação corre o risco de negligenciar o básico?
Nós já até ensaiamos esse debate por aqui, na reportagem sobre baixa tecnologia (tem ainda o post no De Lá Pra Cá sobre o mesmo assunto) e também em outra reportagem que alerta que enquanto as exigências de responsabilidade socioambiental das empresas se tornam cada vez mais complexas, a base de tudo ainda está muito mal no Brasil: os direitos do consumidor. De que me adianta que sua empresa faz inventário de carbono se o raio da minha encomenda não chega??
Conheça a Mercearia Paraopeba, em Itabirito (MG), neste vídeo emocionante do diretor Rusty Marcellini. O caso ilustra bem esse nosso argumento. Ao recuperar o antigo modelo do armazém, esbarra também com práticas tão fundamentais quanto o respeito ao consumidor e o cumprimento da palavra empenhada. O impacto positivo que a mercearia tem sobre sua rede de fornecedores, o famoso “ganha-ganha”, também pode ser traduzido hoje em dia pela categoria modernosa dos negócios sociais. Mas isso já se faz em Itabirito há gerações…
Inovação ou “envelhação”? Vale a pena assistir. (Dica da Luiza Xavier, comunicadora do GVCes)