Na mesma semana em que republicanos e democratas concordaram com a elevação do teto da dívida do Tesouro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já havia conseguido fechar outro acordo duríssimo. Todas as principais montadoras em atividade no país aceitaram quase dobrar o padrão de eficiência energética dos veículos motorizados até 2025.
A partir do ano que vem, as 13 empresas – que juntas respondem por 90% dos veículos vendidos nos EUA – começam uma evolução paulatina dos padrões até que seja alcançada a marca mínima de 54,5 milhas por galão de gasolina (pouco mais de 23 quilômetros por litro). A exigência atual é pelo desempenho de 27,8 milhas por galão.
A nova regulamentação deverá provocar uma queda dramática no consumo de petróleo naquele país: 12 bilhões de barris serão poupados. A partir de 2025, a previsão é de que os americanos estejam consumindo menos 2,2 milhões de barris por dia, segundo informações da Agência de Proteção Ambiental (EPA). Isso equivale à metade do que hoje é importado diariamente dos países da Opep.
“Esse acordo representa o maior passo que nós já demos como nação na direção de reduzir a dependência do petróleo estrangeiro”, disse Obama. Já com relação às emissões de gases de efeito estufa, o triunfo é mais nebuloso, uma vez que as famílias americanas deixarão de gastar US$ 1,7 trilhão nos postos de gasolina e isso pode estimular a elevação do consumo de energia em outras frentes.
Sintomaticamente, o press release da EPA menciona a necessidade de outras medidas capazes de “mudar o jogo” do desempenho energético no transporte de passageiros, tais como incentivos ao desenvolvimento da tecnologia de células combustíveis.