Uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, coloca em xeque as atuais legislações de manejo florestal para exploração de madeira na Amazônia. Atualmente, as árvores de reflorestamento aguardam 30 anos até que sejam derrubadas. Segundo o estudo, realizado em Paragominas (PA), para as espécies com maior valor comercial – justamente com poucos exemplares e crescimento mais lento –, como o ipê-roxo, o freijó-cinza e o cedro-vermelho, esse ciclo de três décadas é insuficiente para que todo o volume retirado seja reposto. O jatobá, por exemplo, leva entre 60 e 75 anos para estar maduro para comercialização. Com a lei de hoje, as árvores não conseguem manter o seu valor produtivo e as espécies com menor valor comercial e crescimento rápido tomam o lugar das mais valorizadas, empobrecendo a floresta.
Segundo Max Roncoletta, analista de conservação florestal do WWF-Brasil, o estudo sugere o desafio de revisar a legislação de manejo para que sejam incluídas as especificidades de cada espécie vegetal. Deve haver um plano para toda a floresta e outro para cada tipo de árvore, de acordo com seu crescimento. Para ele, o prazo previsto, de 30 anos, mantém o estoque de vegetação para que os madeireiros tenham produto, mas não garante a biodiversidade. “Está de acordo com o ideal econômico, mas não com o ecológico”, diz.