O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem efetuado movimentos contraditórios em temas que opõem visceralmente ambientalistas à comunidade de negócios, sobretudo setores vinculados ao petróleo e ao carvão. Temeroso de perder votos em uma das mais fiéis – e insatisfeitas – bases de apoio do Partido Democrata, Obama negociou com o Departamento de Estado novos estudos sobre a rota do oleoduto Keystone XL. A revisão foi anunciada no início de novembro e terá como finalidade indicar trajetos com menor impacto socioambiental do que a opção inicial de um caminho mais curto e econômico. O projeto de US$ 7 bilhões da empresa TransCanada levará petróleo extraído das areias betuminosas da província de Alberta, no oeste canadense, até as refinarias do Texas.
A rota de 2.700 quilômetros atravessa regiões ecologicamente sensíveis do Nebraska, que possui uma importante reserva subterrânea de água, dunas e pradarias, sob risco de serem contaminadas caso vaze petróleo. Obama definiu-se pela revisão da rota após vários dias de protestos promovidos contra o projeto nas proximidades da Casa Branca, em Washington D.C.. Outra queixa dos ambientalistas é a de que o petróleo das areias betuminosas, a mais nova fronteira na exploração do recurso, contém mais carbono do que o extraído de regiões petrolíferas tradicionais. Devido à decisão do governo, é improvável que a TransCanada, empresa responsável pelo projeto, comece a construção do oleoduto até 2013. A empresa inclusive já admite que poderá cancelar Keystone XL por causa do atraso.