Passada a fúria consumista natalina, uma notícia que pode ser perturbadora: seu périplo de loja em loja para atender a todas as demandas da família e do seu amigo secreto talvez tenha sido monitorado de perto, muito perto, pelos lojistas.
Dois shopping centers dos Estados Unidos começaram a espionar o vai-e-vem dos consumidores rastreando o sinal dos seus celulares. A decisão foi anunciada por dois centros comerciais, o Promenade Temecula, na California, e o Short Pump Town Center, de Richmond, estado da Virginia, que lançaram esta ofensiva em 25 de novembro – dia conhecido como Black Friday, a Sexta-Feira Negra, quando as grandes lojas oferecem mega descontos.
A finalidade seria coletar informações complementares às obtidas via cartões de fidelidade de lojas e supermercados, que registram com que frequência são visitados pelos clientes e quais os produtos que eles costumam adquirir. Graças ao monitoramento do sinal dos celulares, o shopping poderia informar aos lojistas qual o padrão mais amplo de comportamento dos consumidores. Eles costumam deixar livrarias e passar num café para um lanchinho? Saem do cinema, depois de assistir um filme romântico, direto para uma loja de lingeries? Este vídeo promocional explica como a tecnologia funciona.
Segundo um artigo da rede CNN, a administradora dos dois shoppings garante que não retém informações comerciais dos clientes. “O sistema monitora padrões de movimento”, declarou Stephanie Shriver-Engdahl, vice-presidente de estratégia digital da empresa, Forest City Commercial Management. “Podemos ver, como no caso da migração das aves, aonde as pessoas vão”. Os clientes estão sendo notificados sobre o monitoramento, que deverá durar até o Réveillon, por pequenos alertas afixados nas paredes dos shoppings e têm a possibilidade de evitar o rastreamento, desligando seus celulares.
O interesse dos lojistas pelo padrão de consumo de seus clientes não é, naturalmente, novidade. Câmeras de segurança e funcionários à paisana, espreitando clientes considerados suspeitos, não são de hoje. Mas se é para ter todos os meus passos monitorados – e correr o risco de ver outras informações pessoais capturadas por desconhecidos – talvez seja melhor fazer minhas compras via internet. Pelo mesmo, posso gastar meu rico dinheirinho vestindo um pijama velho e de cara lavada.
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Passada a fúria consumista natalina, uma notícia que pode ser perturbadora: seu périplo de loja em loja para atender a todas as demandas da família e do seu amigo secreto talvez tenha sido monitorado de perto, muito perto, pelos lojistas.
Dois shopping centers dos Estados Unidos começaram a espionar o vai-e-vem dos consumidores rastreando o sinal dos seus celulares. A decisão foi anunciada por dois centros comerciais, o Promenade Temecula, na California, e o Short Pump Town Center, de Richmond, estado da Virginia, que lançaram esta ofensiva em 25 de novembro – dia conhecido como Black Friday, a Sexta-Feira Negra, quando as grandes lojas oferecem mega descontos.
A finalidade seria coletar informações complementares às obtidas via cartões de fidelidade de lojas e supermercados, que registram com que frequência são visitados pelos clientes e quais os produtos que eles costumam adquirir. Graças ao monitoramento do sinal dos celulares, o shopping poderia informar aos lojistas qual o padrão mais amplo de comportamento dos consumidores. Eles costumam deixar livrarias e passar num café para um lanchinho? Saem do cinema, depois de assistir um filme romântico, direto para uma loja de lingeries? Este vídeo promocional explica como a tecnologia funciona.
Segundo um artigo da rede CNN, a administradora dos dois shoppings garante que não retém informações comerciais dos clientes. “O sistema monitora padrões de movimento”, declarou Stephanie Shriver-Engdahl, vice-presidente de estratégia digital da empresa, Forest City Commercial Management. “Podemos ver, como no caso da migração das aves, aonde as pessoas vão”. Os clientes estão sendo notificados sobre o monitoramento, que deverá durar até o Réveillon, por pequenos alertas afixados nas paredes dos shoppings e têm a possibilidade de evitar o rastreamento, desligando seus celulares.
O interesse dos lojistas pelo padrão de consumo de seus clientes não é, naturalmente, novidade. Câmeras de segurança e funcionários à paisana, espreitando clientes considerados suspeitos, não são de hoje. Mas se é para ter todos os meus passos monitorados – e correr o risco de ver outras informações pessoais capturadas por desconhecidos – talvez seja melhor fazer minhas compras via internet. Pelo mesmo, posso gastar meu rico dinheirinho vestindo um pijama velho e de cara lavada.