Uma onda de protestos bloqueia há mais de uma semana a principal estrada do Panamá e tem promovido uma comoção nacional. O ponto focal é a oposição de índios Ngöbe-Buglé, que contestam uma série de decisões recentes do governo federal envolvendo a mineração e projetos hidrelétricos em suas terras. Há uma semana, os Ngobe-Bugle vêm bloqueando a Rodovia Panamericana, uma rede de estradas que liga o Alasca a Buenos Aires numa linha mais ou menos reta de 48 mil quilômetros. Em decorrência, circulação de cargas e turistas está interrompida no país e um esquema de evacuação por via aérea foi ativado.
Num confronto com a polícia no último domingo, um manifestante morreu, 40 ficaram feridos e 44 foram presos. Ontem a Costa Rica decidiu fechar sua fronteira, por medo de contágio. Em outras partes do país diferentes grupos, como os sindicatos de trabalhadores da construção civil e de produtoras de bananas, têm prestado solidariedade aos índios e organizado seus próprios protestos e greves.
O pivô da briga é uma reforma do Código de Mineração do Panamá, que abriu a possibilidade de investimentos de governos estrangeiros em projetos no país, dentre outras mudanças que ampliariam a vulnerabilidade das terras dos Ngöbe-Buglé. No ano passado, quando o governo anunciou a medida, já haviam sido registrado confrontos, e a Rodovia Panamericana chegou a ficar bloqueada por vários dias.
A imprensa internacional tem encontrado dificuldades para cobrir o conflito. Uma repórter canadense foi proibida de entrar no país no último dia 21 e atribuiu a decisão a uma série de artigos que ela vem escrevendo sobre as reivindicações dos indígenas. No começo do ano passado duas jornalistas espanholas teriam sido deportadas por terem participado de protestos, segundo o grupo Repórteres sem Fronteiras.
As negociações estão avançando devagar, agora articuladas com a mediação da Igreja e da ONU. Os indígenas reivindicam que o Congresso aprove uma paralisação de projetos de mineração e hidrelétricas em seus territórios.[:en]
Uma onda de protestos bloqueia há mais de uma semana a principal estrada do Panamá e tem promovido uma comoção nacional. O ponto focal é a oposição de índios Ngöbe-Buglé, que contestam uma série de decisões recentes do governo federal envolvendo a mineração e projetos hidrelétricos em suas terras. Há uma semana, os Ngobe-Bugle vêm bloqueando a Rodovia Panamericana, uma rede de estradas que liga o Alasca a Buenos Aires numa linha mais ou menos reta de 48 mil quilômetros. Em decorrência, circulação de cargas e turistas está interrompida no país e um esquema de evacuação por via aérea foi ativado.
Num confronto com a polícia no último domingo, um manifestante morreu, 40 ficaram feridos e 44 foram presos. Ontem a Costa Rica decidiu fechar sua fronteira, por medo de contágio. Em outras partes do país diferentes grupos, como os sindicatos de trabalhadores da construção civil e de produtoras de bananas, têm prestado solidariedade aos índios e organizado seus próprios protestos e greves.
O pivô da briga é uma reforma do Código de Mineração do Panamá, que abriu a possibilidade de investimentos de governos estrangeiros em projetos no país, dentre outras mudanças que ampliariam a vulnerabilidade das terras dos Ngöbe-Buglé. No ano passado, quando o governo anunciou a medida, já haviam sido registrado confrontos, e a Rodovia Panamericana chegou a ficar bloqueada por vários dias.
A imprensa internacional tem encontrado dificuldades para cobrir o conflito. Uma repórter canadense foi proibida de entrar no país no último dia 21 e atribuiu a decisão a uma série de artigos que ela vem escrevendo sobre as reivindicações dos indígenas. No começo do ano passado duas jornalistas espanholas teriam sido deportadas por terem participado de protestos, segundo o grupo Repórteres sem Fronteiras.
As negociações estão avançando devagar, agora articuladas com a mediação da Igreja e da ONU. Os indígenas reivindicam que o Congresso aprove uma paralisação de projetos de mineração e hidrelétricas em seus territórios.