O crowdfunding, ou financiamento coletivo de projetos criativos ou sem fins lucrativos, discutido aqui pela Flavia recentemente, está crescendo num ritmo exponencial. Na última quinta, Kickstarter, o site de crowdfunding mais conhecido, anunciou que, pela primeira vez, tinha viabilizado US$ 1 milhão para financiar a produção do Elevation Dock, um carregador para o celular iPhone. Horas depois, um segundo projeto, o game Double Fine Adventure atingiu a mesma marca dois dias depois da sua apresentação no Kickstarter graças a doações feitas por 25 mil pessoas. Se não bastasse, na mesma quinta, a Câmara de Vereadores de Nova Iorque anunciou que usaria o Kickstarter para identificar projetos comunitários que precisem de recursos.
O princípio do Kickstarter é relativamente simples. Ele põe em contato potenciais doadores com iniciativas interessantes. Os autores de projetos sugerem um prazo e um valor mínimo a levantar. Se esse valor não for alcançado no prazo (porque não despertou interesse de doadores), o projeto não recebe nada (e o dinheiro não sai do bolso do filântropo). O site fica com 5% do total e também é descontada uma porcentagem para pagar a intermediação financeira. Os projetos que são efetivamente financiados por esse sistema (ou seja, que alcançaram a meta mínima) conseguem, em média, US$ 6.300, e este valor tem crescido aos poucos.
Lançado em 2009, o Kickstarter recebeu ofertas de doações na faixa de US$ 100 milhões no ano passado (e US$ 28 milhões em 2010). Em 2011 foram lançados 27.086 projetos (11.130 no ano anterior), com uma taxa de sucesso de 46% (ou seja, quase a metade conseguiu atingir a meta mínima).
“O Kickstarter transfere o foco da pergunta “Será que este projeto fará dinheiro?” para “Será que este projeto deveria existir?”, declarou Yancey Strickler, um dos criadores do Kickstarter, em entrevista recente . Nesse conceito, há toda uma revolução.