O 3.º Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus, terminou no dia 24 de março com a declaração da Carta do Amazonas. O documento apresenta dez pontos a serem perseguidos pela sociedade a fim de se chegar ao tão almejado desenvolvimento sustentável e fala da importância da conservação dos ecossistemas para as atuais e futuras gerações.
A carta também reforça o papel da Floresta Amazônica para o planeta, tanto na prestação de serviços ambientais, quanto por seu valor cultural. Além disso, o documento traz um alerta para as atividades predatórias que ocorrem na região e pede a formulação de um programa de governança dos oceanos, que permita a recuperação dos ecossistemas marinhos degradados e dos estoques pesqueiros.
O evento que contou com a presença de Thomas Lovejoy, Al Gore e James Cameron, além de CEO’s de grandes empresas, tinha como objetivo divulgar as práticas de sustentabilidade na Amazônia, provar o valor da floresta em pé e reforçar o compromisso político e empresarial dos envolvidos com o desenvolvimento sustentável da região.
Leia abaixo a íntegra da Carta do Amazonas.
CARTA DO AMAZONAS
Neste ano de 2012, em que a atenção do planeta está focada no Brasil devido à Rio+20, o LIDE firma o compromisso de mobilizar a sociedade brasileira pela aprovação de uma legislação nacional de pagamentos por serviços ambientais, reconhecendo este mecanismo como fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável.
Destacamos também, através do FÓRUM MUNDIAL DE SUSTENTABILIDADE, outros temas que merecem especial atenção da sociedade brasileira e mundial. São eles:
- A aprovação de um tratado internacional para implementar o REDD+ como mecanismo de preservação das florestas nativas.
- Estabelecimento de metas para a universalização do acesso à energia limpa até o ano de 2030.
- O apoio à maior cooperação Sul-Sul, na base de benefícios mútuos que não repitam os erros cometidos no passado.
- A importância de repensar as estruturas atuais da ONU para aumentar a eficácia dos processos de governança internacional.
- A formulação de um programa de governança dos oceanos, que permita a recuperação dos ecossistemas marinhos e estoques pesqueiros, através da criação de áreas marinhas protegidas em águas territoriais nacionais e internacionais.
- O reconhecimento de que a atmosfera é um bem comum, compartilhado por todos, e cuja contaminação por gases do efeito estufa e outros poluentes precisa ser gradualmente eliminada, através de um cronograma mundial de metas firmes e compatíveis com a ciência.
- O desenvolvimento de uma plataforma ambiental a nível municipal como prioridade, que explicite compromissos a serem assumidos por governantes locais, com especial atenção à universalização do saneamento básico, ao incentivo à construção sustentável e à promoção da educação ambiental e do consumo consciente.
- A regulamentação e efetivo cumprimento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, dando atenção à possibilidade de geração de empregos, através da valorização da cadeia de reciclagem do PET.
- O uso das respectivas cadeias de valor de grandes corporações para promover o comércio justo e o desenvolvimento sustentável na base da economia.
- A incorporação clara e explícita nas metas de desenvolvimento dos direitos de futuras gerações a um meio ambiente mais limpo e sadio.