Nem só de resultados financeiros vivem os bônus dos executivos da Natura. Em 2011, pela primeira vez desde que adotou a política de responsabilidade socioambiental, a empresa só alcançou as metas ambientais e econômicas, faltando, contudo, atingir os objetivos sociais estabelecidos. O resultado foi o cancelamento do bônus a ser pago para os colaboradores.
O que gerou o descompasso foi o descontentamento dos consultores da empresa, identificado na pesquisa anual de satisfação e fidelidade da Natura. Em 2011, a empresa contratou um novo sistema de distribuição, que passou por problemas e atrasou entregas. Faltaram produtos, sobraram clientes e consultores insatisfeitos. “A pesquisa é importante justamente para apontar as falhas e trabalharmos para melhorar”, diz Marcelo Cardoso, vice-presidente de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade. No caso da empresa de distribuição, tudo já foi normalizado, segundo Cardoso.
“Claro que nenhum executivo gosta de ficar sem o esperado bônus de fim de ano. Mas acordo é acordo. Ano que vem esperamos que isso não aconteça, mas não mudamos nossa política de valorização do tripé social, ambiental e financeiro”, diz Cardoso.
Dentro das metas ambientas, ficou tudo no verde: a Natura reduziu em 5,3% suas emissões relativas de gases de efeito estufa. Desde 2007, a empresa acumula a redução de um quarto dessas emissões (25,4%) e tem a meta de chegar a 2013 com 33% menos carbono. Já do lado econômico, a receita líquida da empresa no Brasil em 2011 foi de R$ 5.087,6 milhões, uma evolução de 6,8% em relação a 2010.