As mudanças no clima podem reduzir o valor econômico de serviços ecossistêmicos dos oceanos em quase US$ 2 trilhões até 2100. O alerta é do centro de pesquisas sueco Stockholm Environment Institute (SEI), que publicou mês passado parte de um estudo sobre a valoração dos oceanos. A análise abrange cinco temas cujos danos podem ser precificados: pesca, turismo, absorção de carbono, aumento do nível do mar e tempestades em áreas úmidas costeiras.
Para os cálculos, foram escolhidos dois cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para 2100: um de baixas emissões, em que o aumento da temperatura global não passa de 2,2 graus e um de altas emissões, como as atuais, que pode elevar a temperatura global em 4 graus.
Se as emissões não forem drasticamente reduzidas agora, em 2100 os danos aos oceanos nessas cinco categorias significarão US$ 1,9 trilhão perdido na economia mundial no cenário de emissões elevadas, o equivalente a 0,37% do PIB global no futuro.
Pesou na escolha dessas cinco variáveis a facilidade para calcular financeiramente os impactos das alterações climáticas e a maior propensão à ação política. Segundo os pesquisadores, todas elas podem ser afetadas por decisões políticas tomadas, por exemplo, na Rio+20. Motivo pelo qual, aliás, eles resolveram publicar os dados antes do lançamento do livro, previsto para depois da conferência, programada para junho. Acesse os dados no site. “O custo da inação aumenta muitíssimo com o tempo, fator que deve ser totalmente reconhecido nas contas das mudanças climáticas”, disse Frank Ackerman, um dos autores do estudo, em entrevista ao site do instituto sueco.
A publicação completa trará análises sobre outros fatores de pressão sobre os oceanos, como acidificação, aquecimento, poluição e hipóxia (redução nas taxas de oxigênio).