Um círculo com todos a cada refeição, com danças, cantos e agradecimentos ofertados pelos que alí estavam, em diferentes linguas, diferentes abordagens, e sempre acolhidos com entusiasmo por todos.
Esquecemos que tudo, absolutamente tudo o que comemos, vem da terra, vem da absorção da luz do Sol, dos nutrientes cultivados ha anos nos solos… esquecemos de agradecer à fonte.
Parece hipie. Aliás, tudo na Aldeia poderia ser hipie, mas vejo como ‘Envelhaçao’, um resgate do antigo modo, necessário para resignificarmos nossa relação com o planeta, pois essa relação moderna, fria e desconectada, só gerou escassez, pobreza e fome.
Um exemplo bem diferente do nossa rotina foi que durante todo o período da Aldeia foi mantido por um Guardião do Fogo, seguindo todo o ritual e tradição dos Xamãs, um fogo sagrado, que nunca apagava, uma fogueira em uma linda clareira no meio da mata. Alí todos os dias aconteciam cerimonias de celebração do poder do fogo.
Impressionante como a cidade nos separa de qualquer ritual e celebração do sutil. Parpicipei de duas dessas cerimônias e mudei completamente minha relação com o fogo, parecia que dentro de mim este outro sentido já existia, mas estava adormecido, consegui me conectar com a pureza e poder de transmutação do fogo. Enfim, dificil descrever pois esse tipo de vivência não cabe em palavras, mas gostaria de aqui fazer um convite para aqueles que sentirem de experimentar esse sagrado. Agradeça sua comida, agradeça à fonte, agradeça o Sol por prover toda a nossa energia e nutrição. Experimente esse resgate, pois é deste lugar interno que nasce a verdadeira sustentabilidade, pois o respeito e cuidado tornam-se naturalmente obvios. (por Maria Piza)