A sucata de produtos eletrônicos tem um teor de ouro e prata de 40 a 50 vezes maior do que o dos minérios de onde eles são extraídos. Estudo recém-divulgado pela Universidade das Nações Unidas, um braço da Assembléia Geral da ONU, indica que as indústrias de eletrônicos utilizam anualmente 320 toneladas de ouro e 7.500 toneladas de prata na produção de computadores, celulares, brinquedinhos e eletrodomésticos armados de microchips. Seus valores, somados, superam US$ 21 bilhões, valor similar ao do PIB de El Salvador.
O ciclo-de-vida dos eletrônicos é excessivamente curto – em poucos anos eles tornam-se obsoletos e são descartados. Apenas 15% desses resíduos são reciclados, mandando para lixões e aterros uma fortuna em metais preciosos e também cobre, estanho, cobalto e paládio, dentre outros. Além disso, a expansão das indústrias de alta tecnologia acaba aumentando o consumo/descarte em números absolutos, superando os ganhos com a miniaturização das unidades. Elas ampliaram o consumo anual de ouro de 197 para 320 toneladas entre 2001 e 2011. Ao longo dessa mesma década, o preço da onça quintuplicou, passando de US$ 300 para US$ 1.500. Ou seja: deixar de minerar o lixo é uma burrice, além de um risco para a saúde, o ambiente e a estabilidade política de vários países. Lembrando artigo meu de 2010, Eletrônicos Mortais, a demanda por elementos raros é um dos grandes pivôs do sangrento conflito da República Democrática do Congo.
“Temos de recuperar esses elementos escassos para continuar a fabricação de produtos de tecnologia da informação”, declarou Ruediger Kuehr, que dirige a iniciativa da Universidade das Nações Unidas para o combate ao lixo eletrônico. “Um dia – que provavelmente não vai tardar – as pessoas vão olhar para trás para todas essas ineficiências custosas e vão se perguntar como pudemos ter uma visão tão curta e sermos tão perdulários quanto aos recursos naturais”.
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A sucata de produtos eletrônicos tem um teor de ouro e prata de 40 a 50 vezes maior do que o dos minérios de onde eles são extraídos. Estudo recém-divulgado pela Universidade das Nações Unidas, um braço da Assembléia Geral da ONU, indica que as indústrias de eletrônicos utilizam anualmente 320 toneladas de ouro e 7.500 toneladas de prata na produção de computadores, celulares, brinquedinhos e eletrodomésticos armados de microchips. Seus valores, somados, superam US$ 21 bilhões, valor similar ao do PIB de El Salvador.
O ciclo-de-vida dos eletrônicos é excessivamente curto – em poucos anos eles tornam-se obsoletos e são descartados. Apenas 15% desses resíduos são reciclados, mandando para lixões e aterros uma fortuna em metais preciosos e também cobre, estanho, cobalto e paládio, dentre outros. Além disso, a expansão das indústrias de alta tecnologia acaba aumentando o consumo/descarte em números absolutos, superando os ganhos com a miniaturização das unidades. Elas ampliaram o consumo anual de ouro de 197 para 320 toneladas entre 2001 e 2011. Ao longo dessa mesma década, o preço da onça quintuplicou, passando de US$ 300 para US$ 1.500. Ou seja: deixar de minerar o lixo é uma burrice, além de um risco para a saúde, o ambiente e a estabilidade política de vários países. Lembrando artigo meu de 2010, Eletrônicos Mortais, a demanda por elementos raros é um dos grandes pivôs do sangrento conflito da República Democrática do Congo.
“Temos de recuperar esses elementos escassos para continuar a fabricação de produtos de tecnologia da informação”, declarou Ruediger Kuehr, que dirige a iniciativa da Universidade das Nações Unidas para o combate ao lixo eletrônico. “Um dia – que provavelmente não vai tardar – as pessoas vão olhar para trás para todas essas ineficiências custosas e vão se perguntar como pudemos ter uma visão tão curta e sermos tão perdulários quanto aos recursos naturais”.