Todas as hidrelétricas que estão em construção ou em processo de licenciamento na Amazônia vão alterar para sempre a configuração ambiental, social e territorial da região. Apesar de seus potenciais energéticos e impactos ambientais serem relevantes, o governo federal não parece dar a devida atenção a esses empreendimentos.
É o que alerta a Nota Técnica publicada pelo Observatório de Investimentos na Amazônia. Iniciativa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), foi criado para acompanhar a aplicação de recursos públicos e privados na região e os impactos socioambientais e econômicos. O documento é endereçado à sociedade brasileira e aponta para a necessidade de uma “urgente e profunda discussão sobre os impactos das hidrelétricas”. Esse é o primeiro de uma série de documentos que serão publicados até o fim do ano.
O objetivo do Observatório é reunir informações sobre as hidrelétricas e discutir as dificuldades que o Estado brasileiro demonstra em avaliar, evitar e mitigar os impactos gerados por essas obras. Segundo a Nota publicada, os investimentos e financiamentos do governo federal são assumidos como absolutamente estratégicos, tanto para a economia quanto para a geração de energia, considerada “limpa”. Até o fim de 2011, o BNDES já havia emprestado R$ 22,45 bilhões para a construção de hidrelétricas na Amazônia, dos quais R$ 7,22 bilhões foram para Jirau e R$ 6,13 bilhões para santo antônio, ambas no Rio Madeira. A polêmica Belo Monte recebeu R$ 4,77 bilhões.
Para Alessandra Cardoso, coordenadora do Observatório e responsável pela publicação, a visão do governo está “longe de
vir acompanhada de um planejamento de políticas públicas” que avalie, mitigue e compense os impactos sociais e ambientais gerados pelas obras. Ela defende também que custos sociais e ambientais sejam internalizados no custo da energia gerada.
Leia a Nota na íntegra.