No post da semana passada, Microfinanciando o saneamento, discuto um modelo inovador de investimento em água e saneamento que não parte do governo – utiliza recursos de grandes doadores, alavancados pela vontade que as populações pobres têm de mudar de vida. A história desta semana vai pelo mesmo caminh0 e conta como uma não-governamental da Índia está ajudando a levar a eletricidade para regiões da África e da Ásia que nunca tiveram e – possivelmente jamais terão – rede elétrica. Dados da ONU indicam, por exemplo, que pouco mais de 40% dos africanos têm acesso à rede elétrica e nas zonas rurais essa porcentagem cai a 25%.
Como obter acesso à eletricidade se a rede não chega à sua aldeia? “Ouça as pessoas do povo, porque eles têm soluções debaixo do seu nariz” diz Sanjit “Bunker” Roy, filho de uma família de posses, mestre em Literatura e campeão indiano de squash que, inspirado por Mahatma Gandhi, mudou-se há 45 anos para uma comunidade miserável do Rajastão onde criou a Universidade de Pés Descalços. Sua meta: difundir soluções criadas por e voltadas para comunidades rurais com altas taxas de analfabetismo. Roy já foi assunto desta coluna: ele proferiu uma das oito incríveis conferências sobre sustentabilidade do TED que eu recomendei no ano passado. A Universidade de Pés Descalços já treinou um batalhão de pessoas de vários países da Ásia e da África, que vivem com menos de U$ 1 diário, em técnicas de construção, saneamento básico e desenvolvimento e instalação de painéis solares que dêem autonomia às comunidades isoladas.
Roy dá preferência ao treinamento de mulheres, sobretudo as mais velhas. Ele diz que homens são impossíveis de treinar: não param quietos, são excessivamente ambiciosos e querem um diploma para que possam deixar a sua aldeia e ir para a cidade arranjar emprego. Assim, ele vai a regiões miseráveis da Índia, do Afeganistão, de Sierra Leone e recruta candidatas que sejam espertas e boas comunicadoras. Elas são levadas para a escola, no Rajastão, onde recebem treinamento em construção e instalação de painéis solares – tudo na base da mímica e no uso de fantoches, já que os tutores e as participantes muitas vezes não falaam a mesma língua. De volta aos seus países, elas treinam outras mulheres e aplicam as técnicas em suas aldeias – algumas centenas de comunidades em vários países.
Pelos cálculos da entidade, ela levousuas técnicas de eletrificação rural a 751 aldeias de 17 países e 16 estados indianos. Até o fim de 2009 ela treinou 461 como “engenheiros solares”, sendo 211 mulheres. Basta uma olhada rápida na cobertura da imprensa local em vários países em desenvolvimento para ver que o projeto de Roy realmente está causando uma pequena revolução global. Veja, também, esta sequência de fotos sobre o Barefoot College publicada pela BBC.
Vale apontar, porém, que a entidade não audita seus projetos e nem indica a eficiência dos equipamentos instalados – o que a torna alvo de críticas e suspeita. Ela também cria inimigos por reivindicar o título de engenheiros para seus graduados, equiparando sua formação à de universidades.
No post da semana passada, Microfinanciando o saneamento, discuto um modelo inovador de investimento em água e saneamento que não parte do governo – utiliza recursos de grandes doadores, alavancados pela vontade que as populações pobres têm de mudar de vida. A história desta semana vai pelo mesmo caminh0 e conta como uma não-governamental da Índia está ajudando a levar a eletricidade para regiões da África e da Ásia que nunca tiveram e – possivelmente jamais terão – rede elétrica. Dados da ONU indicam, por exemplo, que pouco mais de 40% dos africanos têm acesso à rede elétrica e nas zonas rurais essa porcentagem cai a 25%.
Como obter acesso à eletricidade se a rede não chega à sua aldeia? “Ouça as pessoas do povo, porque eles têm soluções debaixo do seu nariz” diz Sanjit “Bunker” Roy, filho de uma família de posses, mestre em Literatura e campeão indiano de squash que, inspirado por Mahatma Gandhi, mudou-se há 45 anos para uma comunidade miserável do Rajastão onde criou a Universidade de Pés Descalços. Sua meta: difundir soluções criadas por e voltadas para comunidades rurais com altas taxas de analfabetismo. Roy já foi assunto desta coluna: ele proferiu uma das oito incríveis conferências sobre sustentabilidade do TED que eu recomendei no ano passado. A Universidade de Pés Descalços já treinou um batalhão de pessoas de vários países da Ásia e da África, que vivem com menos de U$ 1 diário, em técnicas de construção, saneamento básico e desenvolvimento e instalação de painéis solares que dêem autonomia às comunidades isoladas.
Roy dá preferência ao treinamento de mulheres, sobretudo as mais velhas. Ele diz que homens são impossíveis de treinar: não param quietos, são excessivamente ambiciosos e querem um diploma para que possam deixar a sua aldeia e ir para a cidade arranjar emprego. Assim, ele vai a regiões miseráveis da Índia, do Afeganistão, de Sierra Leone e recruta candidatas que sejam espertas e boas comunicadoras. Elas são levadas para a escola, no Rajastão, onde recebem treinamento em construção e instalação de painéis solares – tudo na base da mímica e no uso de fantoches, já que os tutores e as participantes muitas vezes não falaam a mesma língua. De volta aos seus países, elas treinam outras mulheres e aplicam as técnicas em suas aldeias – algumas centenas de comunidades em vários países.
Pelos cálculos da entidade, ela levousuas técnicas de eletrificação rural a 751 aldeias de 17 países e 16 estados indianos. Até o fim de 2009 ela treinou 461 como “engenheiros solares”, sendo 211 mulheres. Basta uma olhada rápida na cobertura da imprensa local em vários países em desenvolvimento para ver que o projeto de Roy realmente está causando uma pequena revolução global. Veja, também, esta sequência de fotos sobre o Barefoot College publicada pela BBC.
Vale apontar, porém, que a entidade não audita seus projetos e nem indica a eficiência dos equipamentos instalados – o que a torna alvo de críticas e suspeita. Ela também cria inimigos por reivindicar o título de engenheiros para seus graduados, equiparando sua formação à de universidades.