Durante a infância, brinquei incontáveis vezes com bolas de mercúrio como as da foto, que eu jogava de lá para cá sobre o tampo de vidro que cobria a mesa na casa da minha tia. Abro com este causo pessoal para mostrar como ignoramos o princípio da precaução, brincando com substâncias que parecem absolutamente inocentes, mas que acabam por se revelar nocivas.
A Convenção de Minamata, aprovada por 140 países membros da ONU há dez dias, depois de quatro anos de negociações, marca a inclusão definitiva do mercúrio na lista de substâncias que caíram em desgraça por seus impactos sobre a saúde e o meio ambiente. Como o amianto e os gases CFC, o mercúrio teve um papel econômico importante no século XX, mas passou a enfrentar resistência diante das evidências científicas.
A exposição a esse metal, encontrado nos estados líquido, sólido e gasoso, pode comprometer o sistema imunológico, o cérebro, os rins e o aparelho digestivo. Um rol completo dos riscos associados, mais um balanço do expressivo aumento da contaminação global por mercúrio foram temas de um post recente, Peixe ao molho de mercúrio.
Nos últimos cem anos, a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos quase que dobrou. A concentração em águas profundas aumentou em 25%.
O documento recém-aprovado visa reduzir as emissões no ar e na água, por meio da restrição da incorporação do mercúrio aos processos industrais, do aprimoramento das técnicas de mineração e da adoção de boas práticas de descarte do metal pós-uso. Os países-signatários concordaram em proibir a sua utilização em baterias (com exceção das pequenas pilhas usadas em aparelhos auditivos), sabões, cosméticos, amálgama de obturações, alguns tipos de lâmpadas fluorescentes e equipamentos médicos, incluindo termômetros e medidores de pressão, até 2020. O mercúrio ou artefatos que incluem o metal também não poderão ser exportados a partir dessa data. A convenção não menciona, porém, dois setores importantes que utilizam o mercúrio, o garimpo de ouro e as termelétricas a carvão.
Os governos do Japão, da Noruega e da Suiça prometeram fundos para efetivar as decisões da nova convenção. Além disso, o Fundo Global para o Meio Ambiente – ou Global Environmental Facility (GEF) -, um mecanismo internacional de promoção da sustentabilidades em países em desenvolvimento, também deverá entrar com recursos.[:en]
Durante a infância, brinquei incontáveis vezes com bolas de mercúrio como as da foto, que eu jogava de lá para cá sobre o tampo de vidro que cobria a mesa na casa da minha tia. Abro com este causo pessoal para mostrar como ignoramos o princípio da precaução, brincando com substâncias que parecem absolutamente inocentes, mas que acabam por se revelar nocivas.
A Convenção de Minamata, aprovada por 140 países membros da ONU há dez dias, depois de quatro anos de negociações, marca a inclusão definitiva do mercúrio na lista de substâncias que caíram em desgraça por seus impactos sobre a saúde e o meio ambiente. Como o amianto e os gases CFC, o mercúrio teve um papel econômico importante no século XX, mas passou a enfrentar resistência diante das evidências científicas.
A exposição a esse metal, encontrado nos estados líquido, sólido e gasoso, pode comprometer o sistema imunológico, o cérebro, os rins e o aparelho digestivo. Um rol completo dos riscos associados, mais um balanço do expressivo aumento da contaminação global por mercúrio foram temas de um post recente, Peixe ao molho de mercúrio.
Nos últimos cem anos, a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos quase que dobrou. A concentração em águas profundas aumentou em 25%.
O documento recém-aprovado visa reduzir as emissões no ar e na água, por meio da restrição da incorporação do mercúrio aos processos industrais, do aprimoramento das técnicas de mineração e da adoção de boas práticas de descarte do metal pós-uso. Os países-signatários concordaram em proibir a sua utilização em baterias (com exceção das pequenas pilhas usadas em aparelhos auditivos), sabões, cosméticos, amálgama de obturações, alguns tipos de lâmpadas fluorescentes e equipamentos médicos, incluindo termômetros e medidores de pressão, até 2020. O mercúrio ou artefatos que incluem o metal também não poderão ser exportados a partir dessa data. A convenção não menciona, porém, dois setores importantes que utilizam o mercúrio, o garimpo de ouro e as termelétricas a carvão.
Os governos do Japão, da Noruega e da Suiça prometeram fundos para efetivar as decisões da nova convenção. Além disso, o Fundo Global para o Meio Ambiente – ou Global Environmental Facility (GEF) -, um mecanismo internacional de promoção da sustentabilidades em países em desenvolvimento, também deverá entrar com recursos.