Os destaques do mundo da internet selecionados por Página22
Desde o primeiro dia de 2013, na cidade de Concord, Massachusetts, nos Estados Unidos, não se encontra água mineral em garrafas de 1 litro ou menos. Uma lei proibiu a venda de água com esse tamanho de embalagem, em uma tentativa de reduzir o lixo e o consumo de combustíveis fósseis.
Estima-se que, no país, 50 bilhões de garrafas de água são consumidas a cada ano. Outra razão para o banimento é a superexploração dos aquíferos da região.
Como alternativa aos moradores de Concord, restaurantes e lanchonetes oferecem copos de água da torneira, que chega com qualidade suficiente para consumo. Em outras cidades do país e do mundo, a chamada tap water é comum, tem boa aceitação e, muitas vezes, nem é cobrada.
Já em terras brasileiras, o consumo da água de torneira não é recorrente. Cada vez mais, filtros perdem espaço para galões ou garrafas descartadas rapidamente. Nos restaurantes, a única opção para matar a sede com o líquido incolor, inodoro e insípido é comprar uma garrafinha de 500 ml ou até menos.
As exceções são os estabelecimentos participantes da iniciativa Água na Jarra, uma adesão voluntária dos restaurantes que só oferecem a bebida vinda do filtro. Também faz parte da campanha a conscientização de que a água da torneira é própria para consumo. Isso, segundo Letycia Janot, uma das idealizadoras do projeto, muita gente não sabe.
“A questão no Brasil são as caixas-d’água. A água chega potável nas casas por regulamentação da Anvisa, mas nem sempre fica armazenada em uma caixa limpa. Por isso, é aconselhável que as pessoas tenham filtros nos lares.” No site de PÁGINA22, Letycia dá mais explicações sobre a iniciativa Água na Jarra e comenta o que há de bom e de problemático na nova lei adotada nos Estados Unidos.
MUNDO A FORA
OS DONOS DA REDE
Um documentário que discutirá os limites da liberdade na internet está sendo construído de forma colaborativa por meio do site FreenetFilm.org. Na plataforma há textos e vídeos que abrangem os cinco temas que irão nortear a produção: acesso
à rede, propriedade intelectual, privacidade, liberdade de expressão e neutralidade.
Os internautas do mundo todo estão convidados a compartilhar seus vídeos, expressando opiniões e contando histórias de seus desafios para navegar por uma rede livre. Os melhores depoimentos serão selecionados para fazer parte da edição final do documentário ou servirão como estudos de caso para serem explorados durante o processo de edição. (mais sobre internet livre na seção de Notas)
CARBONO AZUL
Manguezais, pântanos e algas marinhas capturam grandes quantidades de carbono da atmosfera. Nos últimos anos, porém, estão desaparecendo em ritmo acelerado, desperdiçando o potencial de combater o aquecimento global. Para ressaltar a importância e diminuir a degradação desses ecossistemas, o Programa
das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma)
lançou o Portal Carbono Azul (bluecarbonportal.org, em inglês). Há espaço para divulgar iniciativas mundiais, projetos e calendário de eventos ligados aos ecossistemas costeiros, além de material de estudo e discussão.
VALE O CLICK
AMAZÔNIA DE BICICLETA
Desde janeiro, três brasileiros viajam pedalando pela Rodovia Transamazônica (BR-230), que liga o estado da Paraíba ao Amazonas, com o objetivo de avaliar o impacto da expansão urbana e das obras de infraestrutura na região. O nome da jornada é Transamazônica+20, em referência à mesma viagem que um dos ciclistas fez em 1993, no trecho da rodovia entre Marabá (PA) e Lábrea (AM). As aventuras dos 1.540 km estão registradas no blog transamazonicamais20.org.
FEIRAS ORGÂNICAS
Saber onde comprar alimentos livres de agrotóxicos ficou
mais fácil graças ao mapa elaborado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Foram identificadas 140 feiras de orgânicos em 22 capitais brasileiras (Boa Vista, Cuiabá, Macapá, Palmas e São Luís não têm nenhum registro). Para as outras cidades, no site idec.org.br/feirasorganicas estão informações sobre local, horário e alimentos comercializados.
CONHECIMENTO NÔMADE
Núcleos de pesquisa, movimentos culturais, de comunicação e educação do
Rio de Janeiro se uniram para formar a Rede Universidade Nômade. O objetivo é debater universalização, produção e acesso ao conhecimento e “aparelhos de dominação”. Desde 1997, a rede produz revistas ligadas a teorias de comunicação e educação, disponíveis para download no site uninomade.net.