O bistrô é aquele restaurante francês, metido a chiquezinho e de preço salgado, certo? Errado. Bistrô é como a osteria italiana ou o pub inglês – um lugar de boa comida e não por acaso aconchegante: é a casa que o próprio dono abre para uma clientela próxima, e faz da cozinha um lugar para realmente ser visitado.
Um pouco cansada da badalada indústria gastronômica que faz a fama de São Paulo, Fabiana Goll (foto ao lado), que se define cozinheira, procurou outros caminhos nem por isso menos saborosos. Ela é dona do Otto Bistrot, casa que habita no coração da cidade, cercada de minhocário para compostagem, temperos cultivados em canteiros verticais feitos de pallets, e mobiliário todo de segunda mão.
Para Fabiana, a comida é um elo que nos conecta com a natureza, capaz de várias provocações. Faz (ou deveria fazer) a gente se perguntar como aquilo foi cultivado, em que condições, em que ambiente, pelas mãos de quem. Faz a gente refletir sobre como alimentamos nosso corpo. E a buscar um fechamento do ciclo: para onde vão os resíduos da cozinha?
Seu barato agora nem é tanto o restaurante, que demanda funções muito administrativas. Ela gosta mesmo é da literal mão na massa. Então o Otto só abre com reservas, para eventos e oficinas de culinária. A ideia das oficinas é fazer as pessoas descobrirem que são capazes, elas mesmas, de cozinhar um alimento saudável e diversificado de maneira prática.
Enquanto a alta cozinha e seus chefs-celebridades nos desencorajam, fazendo crer que somos uma nulidade nas panelas e que dependemos deles, Fabiana propõe o oposto: despertar em qualquer um a capacidade de fazer um prato delicioso. “Saber fazer a própria comida é algo que nasce com a gente”, ela assegura.
E a missão não para aí. Fabiana montou também o Projeto Pomares, voltado para a sensibilização para a agroecologia nas escolas, entre adultos (professores, pais, funcionários) e crianças (veja mais na página do Facebok). Quanto às reservas, eventos e oficinas, ligue (11) 3231-5330 ou acesse o site.