Na semana que vem, estreia na TV americana a série “Years of Living Dangerously” (Anos em que viveremos em perigo), documentário sobre mudanças climáticas de James Cameron, diretor do filme Titanic. Como tudo o que Cameron faz, é uma produção hiperbólica, com estrelas de Hollywood viajando pelo mundo tentando entender o que a Humanidade está fazendo com o planeta. Harrison Ford, Jessica Alba, Arnold Schwarzenegger e Ian Somerhalder, o galã da série “Diários do Vampiro”, juntam-se às vozes do jornalista Thomas Friedman e do cientista M. Sanjayan para contar histórias de indivíduos que já estão sendo afetados pelas mudanças do clima. Veja, ao lado, a impressionante íntegra do primeiro episódio (em inglês).
O documentário só vem ressaltar a sensação de urgência dramática criada pelo último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, divulgado a pouco mais de uma semana. Já não há como fugir, teremos de investir (pesadíssimo) para nos adaptar.
Mas nem só de más notícias vive o noticiário climático. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o braço da agência de notícias Bloomberg que acompanha as novas energias, divulgaram ontem um relatório razoavelmente positivo sobre o avanço das renováveis, com destaque para a eólica e a solar, mas excluindo as grandes hidrelétricas, responsáveis pela parte do leão da geração de energia no Brasil. Segundo o Pnuma, graças ao barateamento dos painéis fotovoltaicos, as chamadas novas renováveis já representam 8,5% da matriz elétrica global. Elas representaram 43.6% de toda a capacidade de geração adquirida no ano passado e evitaram a emissão 1,2 gigatons de gás carbônico na atmosfera. O relatório “Global Trends in Renewable Energy Investment 2014” (Tendências Globais em Investimentos em Energias Renováveis 2014) aponta, porém, que os investimentos nas chamadas novas renováveis tiveram uma queda de US$ 35,1 bilhões, 14% a menos que no ano anterior e 23% menos do que no ano recorde de 2011. Isso porque hoje é possível adquirir uma maior capacidade com um gasto menor e também porque parte dos investimentos foram redirecionados para a extração de gás de xisto nos Estados Unidos. No ano passado, os EUA investiram US$ 33,9 bilhões em energias renováveis, 10% menos que em 2012.
Apesar desse declínio no principal mercado de energias renováveis, o relatório é cheio de boas notícias (veja aqui um bom resumo). A principal é que a construção de turbinas eólicas em terra e os projetos fotovoltaicos estão ganhando tanta competitividade que já dispensam subsidios em vários países. A capacidade de geração solar instalada global aumentou 26% entre 2012 e 2013, passando de 31 para 39 gigawatts. A geração eólica também está crescendo rapidamente. Segundo a Associação Americana de Energia Eólica, os EUA já têm uma capacidade instalada de 61 mil megawatts, em 39 estados. Outros 12 mil megawatts estão em construção e mais 5.200 MW estão sob contrato. No ano passado, essas turbinas evitaram a emissão de 95,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o equivalente às emissões de quase 17 milhões de carros.[:en]Na semana que vem, estreia na TV americana a série “Years of Living Dangerously” (Anos em que viveremos em perigo), documentário sobre mudanças climáticas de James Cameron, diretor do filme Titanic. Como tudo o que Cameron faz, é uma produção hiperbólica, com estrelas de Hollywood viajando pelo mundo tentando entender o que a Humanidade está fazendo com o planeta. Harrison Ford, Jessica Alba, Arnold Schwarzenegger e Ian Somerhalder, o galã da série “Diários do Vampiro”, juntam-se às vozes do jornalista Thomas Friedman e do cientista M. Sanjayan para contar histórias de indivíduos que já estão sendo afetados pelas mudanças do clima. Veja, ao lado, a impressionante íntegra do primeiro episódio (em inglês).
O documentário só vem ressaltar a sensação de urgência dramática criada pelo último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, divulgado a pouco mais de uma semana. Já não há como fugir, teremos de investir (pesadíssimo) para nos adaptar.
Mas nem só de más notícias vive o noticiário climático. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o braço da agência de notícias Bloomberg que acompanha as novas energias, divulgaram ontem um relatório razoavelmente positivo sobre o avanço das renováveis, com destaque para a eólica e a solar, mas excluindo as grandes hidrelétricas, responsáveis pela parte do leão da geração de energia no Brasil. Segundo o Pnuma, graças ao barateamento dos painéis fotovoltaicos, as chamadas novas renováveis já representam 8,5% da matriz elétrica global. Elas representaram 43.6% de toda a capacidade de geração adquirida no ano passado e evitaram a emissão 1,2 gigatons de gás carbônico na atmosfera. O relatório “Global Trends in Renewable Energy Investment 2014” (Tendências Globais em Investimentos em Energias Renováveis 2014) aponta, porém, que os investimentos nas chamadas novas renováveis tiveram uma queda de US$ 35,1 bilhões, 14% a menos que no ano anterior e 23% menos do que no ano recorde de 2011. Isso porque hoje é possível adquirir uma maior capacidade com um gasto menor e também porque parte dos investimentos foram redirecionados para a extração de gás de xisto nos Estados Unidos. No ano passado, os EUA investiram US$ 33,9 bilhões em energias renováveis, 10% menos que em 2012.
Apesar desse declínio no principal mercado de energias renováveis, o relatório é cheio de boas notícias (veja aqui um bom resumo). A principal é que a construção de turbinas eólicas em terra e os projetos fotovoltaicos estão ganhando tanta competitividade que já dispensam subsidios em vários países. A capacidade de geração solar instalada global aumentou 26% entre 2012 e 2013, passando de 31 para 39 gigawatts. A geração eólica também está crescendo rapidamente. Segundo a Associação Americana de Energia Eólica, os EUA já têm uma capacidade instalada de 61 mil megawatts, em 39 estados. Outros 12 mil megawatts estão em construção e mais 5.200 MW estão sob contrato. No ano passado, essas turbinas evitaram a emissão de 95,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o equivalente às emissões de quase 17 milhões de carros.