E se, ao escrever para uma revista, uma estudante do Ensino Médio visse suas notas em provas de Português subirem de 3 para 10? Sem querer, a dupla fundadora da Énois Inteligência Jovem descobriu que essa relação é possível.
Por isso, precisam de ajuda para tirar do papel uma ideia ambiciosa: criar a Escola Livre de Jornalismo, uma plataforma multimídia de ensino de Comunicação e Mobilização para jovens. E contam com a ajuda de doadores no site Catarse.
Nina Weingrill e Amanda Rahra são jornalistas e começaram despretensiosamente a ensinar os fundamentos do Jornalismo a cinco adolescentes do Parque Santo Antônio, periferia da cidade de São Paulo. O plano era fazer cinco encontros, mas com o sucesso da iniciativa, outros 25 jovens se juntaram à turma e as aulas se estenderam por cinco meses.
Os estudantes passaram a ser também repórteres de uma revista criadas por Nina e Amanda. O engajamento e as discussões propiciadas pela experiência refletiram no desempenho que eles tinham na escola. “Quando a gente forma esses meninos, eles pautam transformações nas cidades deles e passam a ter orgulho de onde vieram”, explica Amanda no TEDx Vila Madá (veja vídeo ao lado).
A partir daí, Nina e Amanda, com o propósito de impactar mais pessoas com esse trabalho, tiveram a ideia de criar a primeira escola on-line de jornalismo do Brasil. Nos canais da Énois na internet estão alguns vídeos sobre produção de conteúdo, que já foram assistidos por mais 2 mil alunos. As jornalistas querem mais e esperam o êxito do crowdfunding para divulgar módulos inteiros de 10 novos cursos. A ambição é muita e o tempo é curto: as doações podem ser feitas até o dia 21 de abril.
A combinação de educação com comunicação, novo paradigma do ensino, oxigena o interesse de estudantes pelo conhecimento. Além disso, ajuda a recuperar a função social da comunicação, ajudando a democratizar a produção de conteúdo. Nina e Amanda são exemplos da nova geração que está transformando as estruturas do jornalismo. Ainda bem.
Leia mais:
A edição “Jornalismo é encontrado vivo” discute os novos caminhos da comunicação e o que é necessário para ela se reinventar
